Problemas nos olhos e na coluna são os principais sintomas de uma nova modalidade de estresse, o já conhecido vilão da vida moderna. Intitulada tecnoestresse, a variação está diretamente ligada ao uso do computador por períodos longos. A novidade é que as crianças são as principais vítimas da evolução tecnológica e começam a sentir no corpo a desvantagem de permanecer tanto tempo em frente ao monitor.
O oftalmologista José Geraldo Pereira destaca que uma das principais alterações provocadas pelo abuso no uso do dia-a-dia é a tensão visual. ?Com os olhos fixados na tela, a criança pisca menos, o que provoca o ressecamento dos olhos, causando dor de cabeça e sensação de visão embaçada?, descreve.
Os problemas na coluna também preocupam os especialistas. Pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, acompanhada pelo pediatra Clóvis Artur Almeida Silva, confirmou 100% de postura inadequada nas 300 crianças avaliadas. O médico diz que, para prevenir futuras lesões, os pais devem ser orientados sobre posturas corretas e as crianças, por sua vez, devem aprender desde cedo a preservar a coluna. ?Manter a coluna ereta ao realizar qualquer atividade diminui em até 50 vezes os problemas lombares?, garante a fisioterapeuta Karine Demartini.
Apesar de necessária, a tecnologia deve ser utilizada com precauções. Especialistas lembram que para cada hora na frente do computador é necessário intervalo de 10 minutos, tanto para relaxamento muscular quanto para descanso dos olhos. O monitor deve estar entre 30 cm e 40 cm de distância, além de permanecer na altura da visão da criança. Já o teclado deve ficar alinhado aos cotovelos e os punhos devem estar sempre retos e apoiados. Tronco e pés também devem ter local de apoio. Se necessário, os pais devem lançar mão de suportes para elevar o monitor e o assento.