Cerca de 27 mil meninas entre 10 e 14 anos deram à luz em 2003. Os jovens equivalem a 30% da população brasileira e o problema é que ainda existe um fosso social, com muitas diferenças entre pobres e ricos. Para citar um exemplo, o risco de uma criança negra ou parda morrer por doenças infecciosas ou parasitárias antes de completar cinco anos é 60% maior do que entre crianças brancas.
A pesquisa Saúde Brasil ajudará a reorientar as políticas públicas, mas já existem ações educativas por parte da iniciativa privada. É importante que a mulher escolha como e qual o melhor momento para ter um filho. Para tanto, ela necessita de informações que a ajudem a programar-se para esse momento tão importante e que tem impacto na sua vida e na da sua família. Enquanto a gravidez não acontece, é fundamental que se conscientize da necessidade de uma vida sexual apropriada e responsável.
Conceituam-se como métodos anticoncepcionais o uso de técnicas, dispositivos ou substâncias capazes de impedir, temporariamente, a gravidez. É a maneira que a mulher pode programar a sua gestação. Os métodos anticoncepcionais hormonais são reversíveis, bastando sua interrupção para que a fertilidade volte. Os cirúrgicos são irreversíveis, pois incapacitam, definitivamente, a possibilidade de engravidar.
O mecanismo de ação dos métodos contraceptivos hormonais é, em sua maioria, a inibição da ovulação, a alteração do muco cervical, a motilidade da trompa de Falópio e a alteração do endométrio.
Os métodos anticoncepcionais possibilitam à mulher a administração desse momento tão especial que é a maternidade. Favorecem a escolha sobre como quer ter o filho, qual o momento de sua vida em que esse filho será recebido e que condições para se desenvolver bem ela lhe dará. A escolha de um método para prevenir a gravidez é importante, pois permite que a mulher tenha sua vida sexual sem a preocupação de uma gravidez não planejada no momento. É igualmente importante que o parceiro também auxilie na escolha do método anticoncepcional, pois a vida sexual é a dois e também é tarefa de ambos decidirem qual é o momento ideal para ter o filho.
Renata Mello Correa, gerente da linha uro-ginecológica da Boehringer Ingelheim do Brasil.