O especialista: Médico-robô versus médico-de-visão: uma quebra de paradigma

ms02270906.jpgO mercado da saúde mudou significativamente nos últimos anos. O sistema público de saúde continua deficiente, as empresas de medicina de grupo cada vez mais conquistando mercado, novas tecnologias e descobertas na área médica, lançamento do código de defesa do consumidor e os próprios pacientes cada vez mais exigentes, bem informados e com poder de escolha diante da infinidade de opções de profissionais no mercado.

E a classe médica? A classe médica precisa pensar em mudanças de visão urgente. Para mudar é preciso quebrar alguns paradigmas de um mercado complexo e de concorrência agressiva e muitas vezes não ética. Paradigmas são modelos, padrões, protótipos, normas e exemplos. Quebrar o paradigma hoje, por exemplo, de alguns médicos que se tornaram intérpretes de exames, que não agregam mais valor ao atendimento e não se interessam pelo paciente individualmente.

O médico-robô que deu lugar ao médico da família, tem que mudar para o médico-de-visão. Visão do seu papel como profissional de saúde, como administrador, empreendedor e gestor.

A primeira atitude é começar a pensar e agir de forma diferente. Uma delas é analisar como os médicos que administram seus próprios consultórios se enxergam. Ainda apenas como médicos? No mercado da saúde de 15 anos atrás isso não estava errado, mas hoje, este profissional precisa ser médico, empresário e empreendedor.

Essa é a nova faceta que o médico precisa desenvolver, caso contrário, ele correrá riscos de ser engolido pelo mercado e pela concorrência. A boa notícia é que esses conhecimentos e habilidades podem ser adquiridos por meio de leituras, cursos, especializações, etc. Atendimento médico é uma prestação de serviços que envolve ética e humanidade, mas no âmbito administrativo de um consultório ou de uma clínica, seus serviços precisam dar lucro. Em resumo, sua clínica é um negócio e deve se administrado como tal.

Para quebrar o paradigma de médico-robô e se tornar o médico-de-visão, o profissional de hoje precisa tratar seus pacientes também como clientes. O cliente tem poder de compra, escolha, decisão e muitas opções disponíveis de serviços médicos.

Por que é importante conhecer bem o cliente? Porque sem cliente não há negócios, sem negócios não há empresa. Porque se o médico não conhecer bem o seu cliente a concorrência vai procurar fazê-lo. Conhecendo bem seus clientes, terá mais chances de ofertar o serviço pretendido e por eles esperado.

Daniela Yole Pereira, consultora de marketing.

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