O especialista: HPV: na vacina, a esperança para as nossas crianças

ms04151106.jpgNo mundo inteiro, cerca de 10% dos casos de câncer na mulher são de colo uterino. Destes, aproximadamente 8% ocorrem nos países em desenvolvimento, como o Brasil. A cura do câncer tem sido uma notícia muito desejada, mas ainda não chegou à sua plenitude. Mas como pai e como médico festejo a possibilidade de diminuir o risco de que minhas filhas e minhas pacientes possam desenvolver câncer ginecológico por meio da prevenção com vacina anti-viral.

O papilomavírus humano (HPV) tipos 6 e 11 provoca 90% das verrugas genitais, enquanto os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Como a distribuição do HPV no mundo é diferente, esse fato tem que ser levado em consideração na previsão dos efeitos da vacina do HPV conforme cada região geográfica.

Outro fato importante de se ressaltar é que nem todos os casos de câncer genital estão relacionados ao HPV. Portanto, os atuais cuidados e os métodos preventivos perante a saúde da mulher continuam necessários, entre eles, o exame de papanicolau. A aprovação da comercialização da vacina contra o HPV pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no último mês é um motivo de muita comemoração.

Os estudos atuais indicam que a vacina pode ser administrada com segurança em meninas e mulheres entre 10 e 26 anos. São necessárias três doses num período de seis meses. As pesquisas mostram, também, que a imunidade ocorre por um prazo longo. Tudo isso está amparado em estudos aprovados e há médicos, inclusive brasileiros, em vários centros de pesquisa, bastante familiarizados com estes dados e envolvidos com estudos há algum tempo. Contudo, ainda não é possível afirmar que a imunidade seja definitiva.

Um gesto simples como a vacinação pode prevenir uma doença que mata milhares de mulheres todos os anos e causa sofrimento a outras tantas. Que seja bem-vinda a vacina contra os HPV 6, 11, 16 e 18! Sem dúvida é uma vitória da tecnologia contra o câncer, que estará comercialmente disponível em todo o país, até o final deste ano.

José Clemente Linhares, oncologista e mastologista do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP).

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