Dessa maneira, vemos que a psiquiatria atual tende a desprezaz o indivíduo e valorizar a doença. Não podemos esquecer que a nossa personalidade apresenta fatores positivos que devemos valorizar e negativos que devemos administrar da melhor forma possível, fazendo com que a sua existência seja potencializada naquilo que apresenta de melhor para si e para a sociedade.
O excesso de diagnósticos acaba acontecendo por causa dessa visão limitada do ser individual. Uma pessoa não é a doença que ela apresenta, e sim uma personalidade, com características peculiares, que poderá adoecer de acordo com seu funcionamento mental. O mais importante a destacar nesse aspecto é que o adoecimento mental não é uma questão qualitativa e sim quantitativa, ou seja, todos nós temos, em determinado grau, aspectos das doenças mentais, no entanto a ?doença? só pode ser considerada quando pensamentos negativos, ou culpados, afligem em determinado grau que limita e traz transtornos significativos na vida do indivíduo, seja nos seus mais diversos setores: social, afetivo, familiar ou profissional. A genética (carga hereditária) é um jogo de probabilidades, e não de fatalidade, ou seja, para que aspectos negativos se manifestem de forma significativa nas pessoas há de existir um ?gatilho? que os acione, e este gatilho é o próprio estresse, principalmente aquele que tende a persistir no dia-a-dia.
Ana Beatriz Barbosa Silva, especialista em Medicina do Comportamento e autora do best-seller ?Mentes Inquietas?.