Os raios ultravioleta são caracterizados por ondas eletromagnéticas de pequena intensidade e invisíveis aos olhos numa freqüência abaixo de 286 mm até 400 mm. Em nosso dia-a-dia estamos expostos a dois tipos deles: o natural, representado pela luz solar, e o artificial, que é emitido por telas de vídeo, lâmpadas fluorescentes, dicróicas, sódicas e de mercúrio, além de clarões e faíscas de soldas. Sua incidência é maior em regiões elevadas, próximas à Linha do Equador bem como em áreas já afetadas por buracos na camada de ozônio.
Os locais propícios à maior reflexão dos raios UV são a areia, a neve, a água e as superfícies pavimentadas. Provavelmente a combinação da energia dos raios, a oxidação e o calor são os fatores preponderantes ao acúmulo de danos nas células.
Os danos oculares provocados pela exposição prolongada aos raios ultravioleta não se restringem à superfície ocular, à pálpebra, à conjuntiva e à córnea, podendo atingir ainda as estruturas intersticiais, tais como o cristalino e a retina.
Conforme recomendação da American Academy of Ophtalmology, a proteção indicada é o uso incondicional de óculos com filtro UV, acompanhado de chapéus com abas largas.
O filtro UV é uma proteção química aplicada à superfície das lentes, não estando necessariamente ligado à sua cor. Essa camada protetora chega a bloquear entre 99% e 100% dos raios ultravioleta tipos ?A? e ?B?. Os raios UV-A são mais tolerados pelo ser humano e predominam antes das 10 horas e depois das 16 horas do dia. Já os UV-B, que podem causar maiores prejuízos aos olhos, se intensificam entre as 10 horas e 16 horas. Só como curiosidade, alguns tipos de remédios que contêm em sua fórmula substâncias fotossensíveis podem potencializar a ação maléfica dos raios UV. Entre essas medicações estão os antibióticos (tetraciclina, penicilina, ampicilina, griceofilina e os antiinflamatórios – piroxicam). Os riscos também são maiores para mulheres grávidas, para quem faz uso de anovulatórios e para pessoas com manchas na pele. Portanto, seja na praia ou na cidade, neste verão nunca deixe de usar óculos escuros (devidamente certificados) com filtros UV. Seus olhos agradecem.
Tania Schaefer, oftalmologista e ex-presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia.