A Cirurgia Plástica é um ramo da Cirurgia Geral, sendo que o médico para conseguir uma especialização na área deve passar 2 anos por uma residência em cirurgia geral para depois fazer 3 anos de residência em cirurgia plástica. Nesse período, ele participa de cirurgias nas áreas de reconstrução e estética, de atividades ambulatoriais e de enfermaria, além de cumprir um extenso programa teórico.
Além das questões éticas, um aspecto importante na formação do especialista é o relacionamento médico-paciente. O cirurgião deve tentar entender o paciente como um todo, conhecer os aspectos psicológicos e sociais que influenciam na sua procura por melhorias físicas. O cirurgião plástico não deve ser visto como um deus, que está acima de tudo e de todos. Ele é um ser humano com conhecimentos e limitações, por isso, deve atuar em conjunto com o paciente, tentando ajudá-lo.
A cirurgia plástica é universal, assim, em todos os continentes, as cirurgias reparadoras são tratadas da mesma forma. No final de sua formação, o médico pode se identificar com um tipo de procedimento, entre os quais, a cirurgia maxilo-facial, tratamento de queimados, microcirurgia ou cirurgia estética. Todas essas opções fazem parte de sua formação global. As cirurgias estéticas têm uma procura um pouco diferente de acordo com a cultura de cada povo.
A auto-imagem dentro da cirurgia plástica é um fator determinante para o sucesso da cirurgia e da satisfação do paciente. Nós, cirurgiões plásticos, necessitamos saber e entender qual é a imagem que o paciente faz de si mesmo e o que ele espera da cirurgia. Muitas vezes essa expectativa não está de acordo com a realidade e o resultado que o paciente almeja dificilmente será alcançado. O especialista deve informar suas impressões ao paciente e passar uma previsão de resultado mais realista, em relação ao que ele almejava.
Se essa percepção somente se dá após a cirurgia, pode ocorrer frustração por parte do paciente e a não aceitação do resultado por melhor que ele tenha sido. Dessa forma voltamos ao relacionamento médico-paciente. Se este é bom desde o inicio, com empatia de ambas as partes, o resultado sempre será bem aceito por parte do paciente, mesmo que ele tenha que se submeter a revisões cirúrgicas posteriores para se chegar ao resultado esperado por ambas as partes.
Ruth Graf, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ? Regional do Paraná.