Existente há mais de dois mil anos na China e reconhecida apenas há 11 anos como especialidade médica no Brasil, a acupuntura vem chamando a atenção da comunidade científica por recentes trabalhos científicos comprovarem a sua eficácia. Em exames de ressonância magnética, estudos científicos evidenciaram uma modificação nas cores quando são colocadas agulhas para determinadas funções. Isso demonstra cientificamente que o cérebro responde aos comandos recebidos à distância, na pele.
Outra comprovação é reconhecida pela mudança química do sangue, dosando as substâncias analgésicas antes e depois da aplicação da acupuntura. Nestes casos, exames de sangue mostram numericamente que as substâncias analgésicas, como serotonina, por exemplo, aumentam após a aplicação das agulhas. Dessa maneira, é possível bioquimicamente comprovar que o estímulo das agulhas faz o corpo produzir uma química analgésica, antiinflamatória e estimulante.
Cerca de 80% das pessoas que buscam a acupuntura querem acabar com algum tipo de dor, sendo óssea, visceral ou emocional. Com as descobertas dos mecanismos de analgesia e das substâncias que a produzem, chegamos a uma comprovação concreta do uso da acupuntura e de sua eficácia, fazendo com que todas as instituições tradicionais se rendam ao uso da técnica.
Essa abertura faz com que aumente a procura pelo tratamento e proporciona oportunidades para que os médicos ampliem seus conhecimentos e recursos terapêuticos. A acupuntura é comprovada oficialmente como o primeiro método eficiente de analgesia, usada há milênios, e que na mesma hora que é ativada manda estímulos para o organismo combater a dor.
A acupuntura também vem sendo usada de forma preventiva, estimulando o organismo na produção de células de defesa para que a pessoa esteja protegida contra o desenvolvimento de vírus e bactérias. Além disso, a especialidade é utilizada na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, como na recuperação de pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC).
Com o tempo, a medicina ficará restrita sem o uso dessa técnica milenar. Acreditamos que o caminho será a fusão do melhor da medicina tradicional chinesa com o melhor da medicina ocidental, possibilitando mais opções de tratamento e atenção à saúde das pessoas.
Mauro Carbonar, médico acupunturista, vice-presidente da Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura do Paraná e coordenador do Curso de Especialização em Acupuntura do Centro de Estudos de Acupuntura do Paraná.