Afirmar que as instituições hospitalares brasileiras encontram-se atualmente em condições extremamente difíceis não é nenhuma novidade. No entanto, esta dura realidade não pode (e não deve) servir de motivo para que nos acomodemos diante das dificuldades, afinal, pela simples manutenção das atuais condições, a sobrevivência do setor está seriamente ameaçada.
Os serviços ofertados por uma instituição hospitalar são submetidos a um constante processo de atualização tecnológica, acompanhando a evolução dos meios diagnósticos e terapêuticos e propiciando condições para um exercício profissional qualificado para médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde. O próprio conceito de hospital está mudando, deixando de ser um local frio e impessoal, voltado unicamente para o tratamento das doenças. Está se transformando em um espaço diferenciado, que também tem como foco os serviços de hotelaria voltados para o bem-estar de pacientes e seus familiares. Tudo isso com as dificuldades de se prestar um serviço de assistência ininterrupta e que conte com a mesma qualificação e eficiência 24 horas por dia.
Independentemente de qualquer condição externa, nossos hospitais precisam urgentemente diminuir os custos decorrentes da própria ineficiência, qualificar e diferenciar serviços, criar uma representação política esclarecida, além de também aprender a ?vender? melhor seus serviços e sua imagem. Para tanto é essencial que os hospitais utilizem sistemas de informação e de gerenciamento adequados, que propiciem condições para a correta composição de seus custos e administração de seus recursos, protegendo-os contra a inadimplência dos convênios e as imposições de alguns desses ?compradores?, tanto do setor público como do privado.
Com o objetivo de alcançar essas soluções (e muitas outras) é que foi criada a Associação Paranaense de Instituições Hospitalares ? APIH, que hoje congrega, em torno de esforços e missões comuns, instituições de saúde de diversas cidades do Paraná, totalizando mais de 1,2 mil leitos hospitalares. Na visão da APIH, as soluções que os hospitais tanto procuram não serão obtidas de forma isolada, sendo a união e o associativismo as únicas alternativas disponíveis a permitirem o enfrentamento dos grandes desafios pelos quais passam atualmente (e que no futuro ainda vão passar).
São estas as únicas ferramentas que independem de qualquer outro fator político, governamental ou econômico. São as soluções estruturadas que estabelecerão as condições necessárias para a adequada discussão das dificuldades e soluções para o setor, permitindo as tomadas de decisões que resultem em eficácia da gestão e na conseqüente oferta de uma estrutura de atendimento hospitalar que contribua para uma verdadeira cidadania, de que tanto necessita a sociedade brasileira.
Marcial Carlos Ribeiro Júnior, presidente da Associação Paranaense de Instituições Hospitalares.
