Foi-se o tempo em que a mulher tinha tempo de sobra para cuidar da casa e dos filhos.

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Com as múltiplas funções desenvolvidas por elas atualmente, os filhos acabam passando grande parte do tempo na escola ou na creche.

Nessa situação, é difícil saber como as crianças estão se alimentando e se os cuidados que os pais têm em casa são estendidos na escola, especialmente para quem tem restrições alimentares como intolerância à lactose ou ao glúten.

A nutricionista infantil Rosilene Negromonte alerta que é essencial constar na ficha de matrícula das escolas e creches um campo disponível para que os pais possam assinalar as intolerâncias e alergias alimentares que devem ser observadas pelas instituições de ensino.

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Os pais devem ajudar, informando à direção e aos professores as restrições alimentares do seu filho. Com a diversidade de alimentos que temos hoje em dia, é muito fácil preparar um cardápio escolar sem glúten e sem lactose e com as mesmas propriedades nutricionais. “Para as escolas que não fornecem este tipo de alimentação diferenciada, a criança deve levar o lanche de casa”, ressalta.

Modo de apresentação

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A presença de uma nutricionista na escola também pode ajudar a tornar a alimentação dos estudantes mais saudável e atraente. De acordo com a especialista, conforme as crianças crescem, elas adquirem conhecimento e assimilam conceitos com grande rapidez. “Os primeiros anos são ideais para fornecer informações nutricionais e promover atitudes positivas sobre todos os alimentos”, salienta.

É comum, nos consultórios as mães demonstrarem a dificuldade existente em fazer o filho comer, introduzir os alimentos mais nutritivos, ou evitar a ingestão de refrigerantes, doces e salgadinhos.

Na maioria das vezes, a criança aceita somente um modo de apresentação e preparo dos alimentos ou gasta muito tempo para se alimentar – as crianças que não comem bem levam em média 23 minutos para completar a refeição, enquanto o tempo gasto pelas outras crianças é de aproximadamente 19 minutos.

De acordo com os especialistas, 50% das crianças podem ser identificadas como “comedores seletivos”. Entretanto, para os pais, não é simples lidar com esse problema. Cabe à nutricionista ou ao médico, na maioria das vezes o pediatra, ajudar a identificar tal comportamento. O importante é buscar a orientação profissional.

De acordo com os médicos, diversos motivos impulsionam a criança a assumir essa postura diante da comida. Entre as influências comuns nessa fase da vida, estão a desaceleração do crescimento a partir de um ano, que tem como consequência a diminuição do apetite; a capacidade gástrica limitada, isto é, crianças pequenas têm estômagos pequenos; e a troca da dentição, que pode causar desconforto na hora de mastigar.

Influências externas

Por outro lado, influências externas também podem determinar um comportamento repulsivo pelos alimentos – os hábitos da própria família têm enorme peso nas decisões da criança.

Além disso, o momento da refeição acaba sendo usado como uma maneira de chamar a atenção, de mostrar capacidade de decidir por si e até mesmo negociar com os pais.

“A refeição é um campo de batalha natural para a criança, a primeira oportunidade de experimentar independência”, analisa o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Se o grau de dificuldade alimentar da criança chega a interferir substancialmente em sua socialização e desenvolvimento, é necessária uma intervenção. Por outro lado, a criança com essas características não desenvolve doenças orgânicas e sim carências nutricionais – como deficiência de ferro, cálcio e vitaminas do complexo B.

“Tudo depende da percepção dos pais. Reações negativas como chorar, cuspir ou até vomitar diante de novos alimentos, lapsos de atenção e concentração, va,riações de peso e apatia são sinais de alerta para os pais”, explica Fisberg.

O tratamento oferecido deve incluir orientações nutricionais, comportamentais e psicológicas, não só para a criança, mas também para os pais e irmãos. “As divergências na hora da comida causam ruídos no relacionamento entre pais e filhos e podem até interferir na relação do casal”, pondera o pediatra. Seguir algumas dicas e apostar em complementos ou suplementos nutricionais pode melhorar o aporte nutricional dos pequenos e acalmar os ânimos à mesa.

Regularidade

* Ofereça as refeições em horários regulares
* Não insista para que a criança coma tudo o que tem no prato
* Dê preferência para as refeições em família
* Utilize talheres apropriados
* Elogie a criança por comer bem e se comportar
* Ofereça pequenas porções e deixe que repita se assim desejar
* A refeição deve ser um prazer e não uma obrigação
* Inclua todos os alimentos de uma só vez em seu prato, faça um prato colorido

Hora das compras

* Se o seu filho estiver acima do peso, evite levá-lo ao supermercado. Assim, não correrá o risco de comprar e comer, somente por prazer, alimentos dispensáveis.

* Verifique sempre os rótulos para comparar quantidade de gorduras, fibras, vitaminas e minerais.

* Para as crianças com alergia ou intolerância, analisar sempre as informações nutricionais a fim de detectar se determinado alimento contém traços de leite ou glúten.

* Incluir em seu carrinho frutas, verduras, alimentos integrais e iogurte. As crianças precisam desde cedo ter contato com todos os tipos de alimentos.