No dia 26 de abril de 2007, comemora-se o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, doença considerada uma das principais causas de ataque cardíaco, derrame cerebral e do conseqüente aumento na mortalidade da população. Segundo dados do Ministério da Saúde, há no Brasil algo em torno de 30 e 40 milhões de hipertensos, mas apenas uma pequena parcela dos pacientes segue algum tipo de tratamento. Mesmo sem um levantamento oficial, estima-se que metade dos indivíduos hipertensos desiste do tratamento ao fim do primeiro ano de medicação ou desconhecem ser portadores da doença.
Isso porque a hipertensão arterial é assintomática, ou seja, os seus sintomas, na maioria das vezes, são imperceptíveis, fazendo com que o paciente raramente cumpra à risca os tratamentos recomendados pelos médicos. ?Uma das causas do abandono do tratamento é a necessidade de cumprir uma rotina rígida que inclui a ingestão de medicamentos específicos e uma mudança muitas vezes radical no estilo de vida da pessoa?, observa o cardiologista Marcos Augusto Alves Pereira, do Hospital Pilar.
De acordo com o Projeto Corações do Brasil, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, 28,5% de nossa população adulta apresenta hipertensão arterial, representada por níveis de pressão sistólica (pressão máxima) iguais ou superiores a 140 mmHg e níveis de pressão diastólica (pressão mínima) iguais ou superiores a 90 mmHg, isolada ou simultaneamente. Os estudos do projeto indicaram que a hipertensão arterial é mais freqüente no nordeste (31,8%), no sul (30,4%) e no sudeste (29,1%). No norte e no centro-oeste, atinge menos de 20% da população adulta.
Diminui a expectativa de vida
Segundo o cardiologista Jairo Lins Borges, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, entre os idosos acima de 65 anos, de 60% a 70% da população tem pressão alta. A hipertensão arterial costuma se apresentar associada a outros indicadores, como diabetes, pré-diabetes, obesidade e aumento do colesterol no sangue, o que agrava a situação, por aumentar ainda mais o risco cardiovascular. Quando o hipertenso ainda se torna fumante, passa a incluir nesse perigoso arsenal, agora por iniciativa própria, outro grave fator de risco para complicações cardiovasculares. ?Na verdade, a soma desses fatores de risco no mesmo indivíduo tem efeito multiplicativo para aumentar a chance de complicações cardiovasculares?, alerta o especialista.
Para se ter uma idéia da importância de se controlar a hipertensão, estima-se que um homem de 35 anos, com pressão arterial de 150/100 mmHg que não tenha a doença tratada, perde perto de 15 anos da sua expectativa de vida. A falta da cultura da prevenção é o principal motivo dos números continuarem alarmantes. ?Um simples check-up poderia salvá-lo do que, um dia, pode se transformar em um infarto agudo?, explica Marcos Bubna, chefe do Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba. A partir do diagnóstico da doença, medidas simples de prevenção já conhecidas pela maioria das pessoas podem ajudar a controlar a pressão arterial. ?Basta adotar uma dieta com baixos índices de gordura e sódio (sal) e rica em potássio, além de exercícios físicos regulares, controle de peso e auxílio de medicamentos prescritos por médicos?, completa o cardiologista.
Para evitar a hipertensão
* Adotar hábitos saudáveis.
* Evitar o uso excessivo de sal na comida.
* Praticar, pelo menos, 30 minutos de atividades físicas diárias.
* Consumir bebidas alcoólicas moderadamente.
* Manter o peso ideal.
* Ficar longe do estresse.
Fuja da pressão alta mantendo…
* atividades físicas regulares, como caminhadas, natação e ciclismo.
* uma alimentação saudável, evitando comidas salgadas e gordurosas.
* distância de produtos processados, como enlatados, conservas e embutidos (lingüiça, salsicha, etc.).
* o peso dentro do Índice de Massa Corpórea (IMC) recomendado.
* o cigarro distante.
* a medicação prescrita pelo médico.
Mulheres e doenças do coração
Atualmente, a preocupação dos médicos se volta a um público que até recentemente não era lembrado nos estudos sobre a doença ? as mulheres mais velhas. Estatísticas recentes mostram que enquanto entre os homens acima dos 50 anos a incidência de doenças cardiovasculares tem caído, entre as mulheres na mesma faixa etária o número só faz aumentar. ?Isso acontece porque as mulheres estão vivendo mais que os homens e acabam sofrendo mais tarde as conseqüências do envelhecimento?, explica o cardiologista Otávio Gebara, coordenador do estudo Mulheres e doenças do coração. ?Hoje as doenças cardiovasculares já representam 1/3 de todas as causas de morte na mulher. Isso demonstra a necessidade de maior controle sobre a pressão arterial feminina, principalmente após a menopausa?, complementa o especialista.