Embora vivendo em meio ao estresse da vida moderna, cada vez mais a população se preocupa com o bem-estar, dividindo o tempo entre as obrigações profissionais, lazer e atividade física. Tudo sem se descuidar de uma boa alimentação. É justamente neste cenário – cuja incidência de distúrbios, como a obesidade e a anorexia são temas constantes de debates – que o trabalho do nutricionista ganha maior importância.
"A nutrição é uma ciência muito mais abrangente do que os próprios profissionais da saúde e a própria população imaginam?, destaca a coordenadora do curso de Nutrição, da UniBrasil, Andréa Grano, salientando que, por ser uma ciência que trabalha com a relação homem-alimento, a especialidade tem várias facetas.
Uma delas está relacionada à atuação desses profissionais em clínicas, ambulatórios e hospitais. Segundo a coordenadora, o nutricionista tem conquistado gradativamente o espaço que deve desempenhar nessas unidades de saúde, embora nem sempre ocorra uma relação integrada entre esse profissional e outros profissionais de saúde. Médicos e nutricionistas, por exemplo, têm atribuições específicas, existem diferenças no olhar de um determinado quadro clínico.
Prescrição nutricional
?Essas atuações são complementares, por isso, deveriam trabalhar integradas sempre", pondera Andréa. Ela exemplifica as atribuições de cada profissional, citando o caso de uma diarréia em uma criança, por exemplo. O nutricionista precisa de um diagnóstico clínico, atribuição exclusiva do médico, a fim de saber qual o melhor tratamento do ponto de vista nutricional para essa criança, já que podem existir vários motivos causando tal distúrbio.
No entanto, essa prescrição nutricional, segundo a coordenadora, muitas vezes não é feita pelo nutricionista, e sim pelo médico. De acordo com Andréa, essa situação é freqüente, mas não deveria acontecer. ?Nós sabemos que existem muitos médicos com boa formação e um bom conhecimento para isso, mas essa prescrição deve ser prerrogativa do nutricionista?, frisa. Para ela, muitos médicos são excelentes na sua área de atuação, mas desconhecem aspectos fundamentais para a prevenção, manutenção ou recuperação do estado de saúde.
Além do aspecto clínico, o nutricionista atua em outras duas áreas: a que engloba a saúde coletiva e a da alimentação institucional. Na saúde coletiva, essa ciência se relaciona com a situação alimentar nutricional da população, no envolvimento com políticas e programas públicos, como por exemplo o de combate do tipo de anemia mais comum, a ferropriva, provocada por deficiência de ferro no organismo. ?Nesse caso vão entrar os conhecimentos clínicos do profissional e os conhecimentos do profissional relativos a esse problema?, esclarece Andréa Grano.
Na área da alimentação institucional o nutricionista atua na elaboração de cardápios em empresas, escolas, creches e hospitais. Atualmente, um novo campo de atuação vem ampliando a atuação do nutricionista: a área de Ciência dos Alimentos que envolve várias áreas do conhecimento, entre elas a bioquímica e a farmacêutica.