Novos sistemas conseguem ?enxergar? intestino delgado

A partir de hoje, estão disponíveis, em Curitiba, dois novos sistemas para diagnóstico de lesões no intestino delgado. A cápsula endoscópica e a enteroscopia, processos desenvolvidos pelos centros de endoscopia dos hospitais Nossa Senhora das Graças e Cruz Vermelha, são importantes ferramentas para o tratamento do sistema gastrointestinal.

Até então inalcançável pelos aparelhos de endoscopia, o intestino delgado era um dos órgãos em que os médicos mais tinham dificuldades para identificar lesões. ?Só se conseguia fazer algum diagnóstico por meio de radiografias ou, então, abrindo o abdome do paciente e expondo seu intestino?, disse o coordenador de endoscopia do Hospital da Cruz Vermelha, Peter Cruz.

Mas um aparelho de endoscopia mais longo que o tradicional e equipado com dois balões que facilitam o deslocamento do instrumento, inventado há dois anos e que acaba de chegar ao Brasil, é capaz de fazer o diagnóstico, colher material para biópsia e até tratar pequenas lesões.

O outro método é ainda mais inovador: uma cápsula de dimensões semelhantes a um comprimido é capaz de fazer 54 mil fotografias do sistema digestivo do paciente. ?O paciente ingere a cápsula, são colocados alguns sensores no abdome e o paciente carrega um receptor em sua cintura, para onde as imagens são enviadas. Oito horas depois, ele volta ao consultório e o médico tem as milhares de imagens para fazer o diagnóstico?, explicou o coordenador de endoscopia do Nossa Senhora das Graças, Guilherme Gomes. A cápsula passa por todo o sistema digestivo, percorrendo o trajeto feito pelo alimento e registrando duas imagens por segundo de todo o processo, durante oito horas. ?A principal vantagem é que, ao contrário dos demais exames de endoscopia, esse processo é indolor e não necessita de anestesia?, lembrou.

Como o custo de produção da cápsula é de cerca de US$ 600, ela só vem sendo usada para endoscopia do intestino delgado, mesmo porque, segundo os médicos, esôfago, estômago e intestino grosso são bem examinados pelos métodos convencionais. ?Mas já há testes com cápsulas para o intestino grosso, que acabaria com o invasivo e dolorido exame de colonoscopia (em que o aparelho é introduzido pelo ânus)?, disse Peter. Um exame com a cápsula endoscópica custa, aproximadamente, R$ 3 mil. ?Mas com o tempo esse custo deverá ser reduzido e a endoscopia caminha para ser totalmente nesse novo método?, disse Guilherme, que ainda prevê que, em pouco tempo, já será possível controlar a cápsula dentro do organismo do paciente com o auxílio de um joystick.

Os exames de enteroscopia e por cápsula endoscópica já estão sendo realizados nos centros de endoscopia dos hospitais Nossa Senhora das Graças e Cruz Vermelha. 

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