Novos remédios trazem avanço no combate à aids

A medicina tem avançado no combate à aids. Ontem, em Curitiba, médicos trocaram informações sobre o inibidor de protease Atazanavir. O novo medicamento é tão eficiente quanto os outros, mas com algumas vantagens. Ele pode ser tomado uma vez ao dia, não produz efeitos colaterais e ainda mostrou-se eficaz no tratamento de pacientes que tinham oferecido resistência a outros medicamentos.

Existem quatro classes de remédios que combatem a aids. Uma delas são os medicamentos inibidores de protease. O vírus HIV precisa da protease para se desenvolver, mas com a ação dos remédios isso não ocorre. O uso do Atazanavir foi aprovado em novembro do ano passado pelo Ministério da Saúde (MS) e já compõe a Terapia Anti-retroviral Altamente Eficaz, chamada popularmente de coquetel. É distribuído gratuitamente pelo MS.

Um dos médicos que participou da pesquisa e também professor de infectologia da Universidade Federal do Paraná, Clóvis Arns da Cunha, explica que o remédio representa um grande avanço no tratamento. “Se você precisa tomar algum remédio muitas vezes, acaba esquecendo devido à rotina do dia-a-dia”, explica o médico. Além disso, esse inibidor de protease não provoca efeitos colaterais como náusea, vômito e diarréia. Hoje, entre 20% e 30% das pessoas soropositivas têm alguma reação devido ao uso dos outros medicamentos.

Por enquanto, o Atazanavir também não tem mostrado tendência a provocar alterações de colesterol, triglicerídeos e glicemia. Cerca de 40% das pessoas que usam outros remédios apresentaram o problema. A alteração está associada a doenças cardiovasculares e derrame. “Mas só com o tempo de uso do remédio é que isso vai se confirmar realmente”, explica o médico. Outro bom resultado do medicamento é a eficiência no controle do vírus em pacientes que já desenvolveram resistência a outros inibidores de protease. “O Atazanavir associado principalmente ao ritonavir mostrou-se eficaz”, explica.

Hoje, existem no mundo 20 remédios para o combate à aids. Os mais modernos e eficazes são distribuídos no Brasil. Até 1996, o tempo de sobrevida dos pacientes era de cinco anos. Com o avanço na área, esse tempo aumentou significativamente. Hoje o médico já compara a sobrevida à de pacientes que tratam hipertensão e diabetes. Mesmo assim, ele adverte sobre a necessidade de se prevenir contra a doença, que ainda não tem cura.

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