Cientistas desenvolveram uma forma de converter um tipo de sangue em outro tipo sangüíneo qualquer. A técnica permite potencialmente que sangue dos tipos A, B e AB, por exemplo, sejam convertidos para o tipo O, chamado de ?tipo universal?, porque pode ser usado com segurança em transfusões para qualquer paciente. O trabalho, liderado pela Universidade de Copenhage, na Dinamarca, foi noticiado na revista Nature Biotechnology.
O método, que emprega enzimas recém-descobertas, pode ajudar a aliviar a escassez de sangue para transfusões e vai beneficiar milhões de pacientes em todo o mundo que necessitam de transfusão, segundo informou a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), formada por médicos e profissionais da área da saúde que trabalham em bancos de sangue e serviços de hemoterapia.
Isto porque, injetar em um paciente sangue incompatível durante uma transfusão pode acarretar risco de vida. As células do sangue dos tipos A e B contém uma ou duas moléculas diferentes, conhecidas como antígenos, que podem provocar uma resposta imunológica. As pessoas com sangue do tipo AB têm os dois tipos de moléculas, e as do tipo O não possuem nenhuma delas.
Isto significa que o sangue do tipo A, B e AB só pode ser dado a pacientes com sangue compatível, enquanto o tipo O pode ser dado a qualquer pessoa.
Os cientistas descobriram que enzimas das duas bactérias podem remover os antígenos A e B dos glóbulos vermelhos.
A falta de sangue compatível com o do paciente é um dos principais problemas em cirurgias de emergência. O médico Dante Langhi, diretor da SBHH, comentou que a descoberta representa um avanço importante nas pesquisas sobre sangue, mas adiantou que é impossível prever quando acontecerá a aprovação em testes clínicos e a posterior liberação para uso hospitalar.