Um curso de educação continuada da Academia Brasileira de Neurocirurgia, realizada ontem na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba, apresentou novas tecnologias utilizadas na área. Cirurgia guiada por imagem, procedimentos minimamente invasivos, transplante celular e alta eficácia no tratamento de doenças na coluna vertebral, no cérebro e nos traumas de emergências foram os principais temas.
Para o presidente da academia e secretário geral da Federação Latino-Americana de Neurocirurgia, Marcos Masini, a área médica brasileira, apesar das dificuldades, acompanha de perto as inovações que ocorrem no mundo. ?O truque é ajustar as novas tecnologias da neurocirurgia ao talento e criatividade do médico brasileiro?, diz.
Para o presidente da Academia Brasileira de Neurocirurgia (ABNC), Luciano Araújo, que também é diretor do setor de neurocirurgia do hospital Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mesmo em estados com mais dificuldades, a tecnologia de ponta já é uma realidade. ?Mas o importante é que, independente dos obstáculos, possamos empregar essa tecnologia toda nas comunidades carentes.? É o caso do Hospital Universitário Cajuru. Único na América Latina que realiza cirurgia guiada por imagem na coluna vertebral, 70% do seu atendimento é voltado a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). ?É preciso disponibilizar esses avanços à comunidade. O hospital tem essa consciência?, revela a diretora da instituição, Marilise Borges Brandão.
Tecnologia e aprendizado
O neurocirurgião Luiz Roberto Aguiar, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Cajuru, acredita que o futuro depende da tecnologia empregada na área, mas ressalta que a formação é o mais importante. ?É preciso ter em conta que os avanços não substituem o cirurgião. São apenas novas ferramentas cuja eficácia é maior na medida em que é maior a experiência, o conhecimento e a capacidade do médico?, acredita. Além disso, o presidente da Academia Brasileira de Neurocirurgia lembra que as doenças na área continuam a ser de extrema gravidade. ?A evolução foi enorme, mas ainda não é infalível, apesar de estarmos na eminência de outras grandes descobertas?, aponta Masini.