As experiências com organismos geneticamente modificados (OGM) reacenderam a polêmica sobre os cultivos na França, após a autorização do Ministério da Agricultura para oito novos experimentos desse tipo em campo aberto e não apenas em estufas, como era feito até agora.
Em particular, o sindicato do ativista José Bove ? acusado no passado de destruir plantações de milho transgênico ? solicitou em um comunicado “a imediata suspensão dessas autorizações” e “a proibição total desse tipo de cultivo em campo aberto”.
Segundo o sindicato de Bove, chamado Confederação Camponesa, “o risco de contaminação genética dos cultivos tradicionais, induzido por sementes transgênicas, é elevado e deve ser combatido de imediato”.
Além disso, para aumentar as polêmicas, recentemente surgiu a notícia de que, dentro de um programa particular de pesquisa, algumas variedades de milho geneticamente modificado, precedentemente autorizadas, foram semeadas em maio passado em “campos não protegidos”.
O programa foi batizado de “Programa operativo de valorização de cultivos com biotecnologia aplicada” e, apesar de ser conhecido pelo Ministério da Agricultura francês, este não o supervisiona de forma direta.
“Até o momento, os estudos haviam sido desenvolvidos em laboratório e estufas”, explicou o responsável pela pesquisa privada, Daniel Bloc, “mas agora se trata de cumprir novas etapas de experimentação em condições naturais controladas”.
Segundo Bloc, o objetivo é “verificar a possibilidade de coabitação entre variedades de milho transgênico e milho tradicional”.
Os pesquisadores prometem particular cuidado para “garantir que os genes do milho geneticamente modificado não sejam transportados para campos vizinhos com cultivos normais, fora da experiência”.
A Confederação Camponesa já anunciou publicamente que não desistirá de “dar batalha” diante do avanço dos cultivos transgênicos. (ANSA).