Nova técnica pode tratar Parkinson com estímulo elétrico

Uma nova intervenção terapêutica desenvolvida pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis promete melhorar a vida de pacientes com doença de Parkinson. Ele e seus colegas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, encontraram um caminho mais longo, porém muito mais seguro, para estimular as áreas do cérebro afetadas pela doença, aliviando os sintomas e reduzindo os efeitos colaterais da terapia convencional.

Em vez de introduzir eletrodos no núcleo cerebral – uma cirurgia invasiva e de alto risco -, a equipe optou por uma rota alternativa inédita: estimular a medula espinhal, por meio de uma microcirurgia semi-invasiva e de baixíssimo risco. Os primeiros testes com animais renderam resultados positivos. Os cientistas planejam continuar a pesquisa com macacos e seres humanos ainda neste ano, no Brasil.

O estudo é destaque de capa da edição desta sexta-feira (20) da revista americana Science. Nicolelis acredita que a técnica poderá se transformar em um novo padrão para o tratamento de Parkinson – não só nos estágios mais avançados da doença, como ocorre com a cirurgia cerebral, mas desde o início, em combinação com a terapia medicamentosa. “Todo paciente poderia ter acesso a essa técnica”, disse Nicolelis ao Estado. “Em um ano, acho que já dá para começar os testes clínicos.”

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