Nesta quinta-feira, dia 19, o Rio de Janeiro será palco de debate sobre um tema que preocupa a maioria dos médicos internacionais – a síndrome da resistência à insulina. Uma das sumidades no assunto, a endocrinologista americana Willa Hsueh, estará presente e falará sobre o problema que, mesmo com o controle glicêmico do paciente, se não for tratado pode levar os diabéticos tipo 2 à morte. Segundo Hsueh, a rosiglitazona apresenta resultados muito positivos no combate à resistência à insulina, evitando as complicações cardiovasculares. Estudos mostram que a substância aumenta significativamente a elasticidade das artérias, diminuindo a pressão arterial dos pacientes.

Está será a segunda edição do GOLD Latina (Guidance for Opinion Leader on Diabetes – Latina), um programa global de educação continuada no diagnóstico e controle do diabetes, apoiado pela GlaxoSmithKline. A idéia do GOLD é reforçar junto aos médicos latino-americanos que o diagnóstico precoce, aliado ao tratamento correto do diabetes reduz as conseqüências irreversíveis do avanço da doença, assim como previne o surgimento de novos casos. O encontro reunirá 400 médicos.

Dados do Ministério da Saúde mostram que metade dos nove milhões dos brasileiros com diabetes tipo 2 não sabem que sofrem da doença. Nove entre dez pacientes possuem a síndrome da resistência à insulina. Esses indivíduo têm risco 3 a 5 vezes maior de infarto e AVC se comparados a não-diabéticos da mesma idade.

O diabetes é uma doença degenerativa. A OMS já considera o problema uma epidemia mundial e estima que, até 2025, o número de diabéticos dobre, atingindo 300 milhões de pessoas. O mais incrível é que existem registros de que a doença exista há mais de 2.000 anos e o número de mortes relacionadas a ela continua assustador.

Por esse motivo, já se fala em uma mudança radical no conceito do tratamento do diabetes. Antes uma enfermidade que se acreditava causada pela inexistência ou deficiência de produção da insulina pelo pâncreas, agora é compreendida por especialistas como uma doença cuja principal necessidade é o tratamento da resistência à insulina, que é produzida em grandes quantidades até superiores às normais porém incapaz de atuar sobre os órgãos-alvo.

O pâncreas de um diabético tipo 2 demora entre 10 e 20 anos para entrar em falência e deixar de produzir o hormônio. A prioridade no momento então, é tratar a resistência sem prescrever a insulina artificial ao paciente já que, em excesso, o hormônio pode causar hipoglicemia e outras complicações cardiovasculares diversas. Existe a necessidade de intervenção precoce sobre o fenômeno da resistência à insulina – evento que é a base fisiopatológica para o desenvolvimento do DM2, e que pode preceder em mais de 1 década o seu diagnóstico.

O aumento do diabetes na América Latina

Os 21 países da América Latina, que juntos somam quase 500 milhões de habitantes, possuem uma população de 15 milhões de diabéticos. A estimativa é de que esse número dobre nos próximos 20 anos. Esse crescimento se deve principalmente a questão racial, aos hábitos de vida, à obesidade e ao envelhecimento da população. A prevenção e o tratamento das doenças crônicas não transmissíveis são consideradas prioridades nos países onde os recursos antes eram destinados aos problemas materno-infantis.

Estudos em comunidades nativas latino-americanas demonstraram uma alta propensão de desenvolvimento do diabetes e outros problemas relacionados à síndrome de resistência à insulina, que surge com a progressiva mudança nos hábitos de vida. Atualmente, entre 20 e 40% da população da América Central e da região Andina ainda vive em condições rurais, mas a acelerada migração para os grandes centros urbanos provavelmente influencia na incidência da doença.

A prevalência da doença nas zonas urbanas oscila entre 7 e 8%, enquanto nas zonas rurais varia entre 1 e 2%. O éxico lidera o ranking dos países com maior prevalência da doença, em segundo lugar, está a Bolívia.

A resistência á insulina aumenta por fatores externos relacionados com hábitos de vida pouco saudáveis como a obesidade (principalmente na região abdominal) o sedentarismo, o tabagismo e a hipertensão arterial.

Encerramento terá show de Carlinhos de Jesus e bateria da Mangueira

Como no Brasil tudo acaba em samba, principalmente em época de carnaval, dessa vez não poderia ser diferente. Depois da palestra de Willa Hsueh, os médicos cairão no samba embalados pela bateria da Estação Primeira de Mangueira. Uma das suas mais ilustres figuras, o dançarino Carlinhos de Jesus, também fará uma apresentação na quinta-feira, dia 19.

Serviço: Local: Av. Atlântica, 4240 – Copacabana – Hotel Sofitel
Data: 19 de fevereiro
Hora: 20h

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