Fazer com que os pacientes submetidos à remoção de tumores tenham minimizados seus riscos de sofrer déficits funcionais pós-operatórios sempre foi uma constante preocupação dos neurocirurgiões. Os recursos disponíveis para esses casos não permitiam, no entanto, que o planejamento cirúrgico eliminasse os riscos inerentes a tais procedimentos. Isto, até surgir a versátil ressonância magnética (RM) que permite o estudo não só das funções elementares do cérebro, mas, também, auxilia o cirurgião durante a operação, técnica conhecida como RM intraoperativa.

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Os pacientes candidatos à neurocirurgia são submetidos a exames de ressonância magnética, a fim de mapear as regiões cerebrais responsáveis pelas funções sensoriais e motoras. Assim, o cirurgião define com mais subsídios o seu planejamento cirúrgico. A presença de tumores, malformações ou defeitos anatômicos causados por acidentes traumáticos pode deformar a topografia cerebral, resultando, conseqüentemente, em uma maior dificuldade de se localizar seus limites anatômicos.

Em Curitiba

O especialista curitibano Ricardo Ramina, do Instituto de Neurologia de Curitiba – Hospital Ecoville, explica que o controle das áreas do cérebro por ressonância magnética durante o ato cirúrgico é um passo importante para solucionar de vez a questão. ?Em pleno ato cirúrgico, com as imagens do cérebro à mão, é possível conseguir uma cirurgia mais precisa e segura?, garante. Assim, se valendo delas, os neurocirurgiões sabem onde estão exatamente os centros da fala, visão ou movimentos do paciente, e não correm riscos de lesioná-los durante a operação.

Ramina, que introduziu a técnica na rotina de suas intervenções, explica que para ser utilizada é necessário que o aparelho de ressonância fique disponível próximo do centro cirúrgico e que uma equipe multidisciplinar acompanhe os procedimentos. Para garantir a agilidade, é essencial o acompanhamento de um radiologista, que emite os laudos em tempo real. As características essenciais dessa técnica, segundo o especialista, são a rapidez para se decidir pela ação mais adequada e pela localização milimétrica dos tecidos afetados. ?Sem contar na abreviação do tempo cirúrgico e na recuperação do paciente?, salienta.

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O neurocirurgião também comenta que, se conhecendo exatamente qual o dano que o distúrbio é capaz de causar em determinada área cerebral, abre-se caminho para que o especialista recomende drogas mais específicas na continuidade do tratamento. ?Também fica mais simples monitorar a evolução e a recuperação do paciente?, completa.