Nem tudo é festa

Em muitas pessoas, o simples ato de olhar para o calendário e ver que restam poucos dias para a chegada de um novo ano desencadeia uma série de preocupações com prazos e metas que devem ser cumpridos antes que dezembro acabe. Essas perturbações podem, em muitos casos, acarretar um quadro identificado pelos médicos como estresse de final de ano. Lidar com esses problemas que anseiam por soluções urgentes é um verdadeiro desafio.

?Ironicamente, é durante os preparativos para as festas e viagens de fim de ano que emergem muitos desgastes?, diz Cecília Shibuya, dirigente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida. A correria aos shoppings e supermercados, a procura pela roupa que será usada no réveillon, a lista de presentes e do que deve ser feito para a ceia, além da programação do roteiro de férias são coisas que, se feitas de última hora, perdem seu caráter prazeroso e são prováveis causadoras de estresse.

A ansiedade e, muitas vezes, o pessimismo são os maiores causadores desses distúrbios. Os principais sintomas da reação aguda ao estresse passam por sudorese e insônia e, em casos mais graves, podem levar a uma leve taquicardia. Para combater o mal, os médicos indicam sessões de psicoterapia e, dependendo do grau de acometimento, a prescrição de antidepressivos. ?Pessoas com mais dificuldades em separar a vida pessoal da profissional são as que estão mais sujeitas a essas instabilidades emocionais e nervosas?, confirma a especialista.

Consenso e harmonia

Mais intensos nessa época, o trânsito, as aglomerações, as filas e o corre-corre provocam um desgaste muito grande em quem sai de casa por qualquer motivo. O conseqüente cansaço desses dias agitados pode se refletir em desânimo nos momentos de confraternização. Cecília Shibuya, que é especialista em promoção de saúde e qualidade de vida, tem algumas dicas para se passar o mês de dezembro sem maiores complicações: ?Deve-se procurar programar a saída de casa e fazer as coisas com o pé no automático, ou seja, fazer somente aquilo que realmente precisa ser feito?, observa.

Também é importante, para evitar problemas futuros, agir logo e não ficar simplesmente na intenção de resolver as coisas. É preciso ter sabedoria na hora de administrar os vários papéis assumidos no dia-a-dia. ?No trabalho, por exemplo, fica difícil evitar aquelas pessoas com quem não se simpatiza muito. Nesse caso, é preciso encarar a dificuldade e tentar evitar conflitos?, reconhece a dirigente. Para ela, porém, no âmbito pessoal as coisas podem ser diferentes. Na ceia de Natal ou na virada do ano ninguém é obrigado a estar acompanhado de pessoas com quem não se sente à vontade, por falta de intimidade ou por qualquer outro motivo. ?O ideal é conversar com a família para que se chegue a um consenso sobre onde e com quem passar esses momentos tão preciosos?, comenta.

Outro fator incômodo que começa a pesar na consciência de algumas pessoas, principalmente no fim do ano, é a não-realização de planos prometidos no réveillon passado. ?Nesse caso, vale a pena fazer uma reflexão e investigar quais os reais motivos que impediram atingir essas metas. Antes de traçar planos para o próximo ano, cada um deve ser realista e ponderar suas capacidades e condições para não se cobrar além do possível?, completa a especialista em qualidade de vida.

Sintomas do estresse de final de ano

* Mau humor

* Impaciência

* Dores de cabeça

* Enxaqueca

* Depressão

* Angústia

* Pânico

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