Na rua ou na esteira, o importante é não parar

A opção entre corridas em esteira ou na rua divide especialistas e atletas. Preferência entre os atletas, a corrida na rua ou nos parques pode ser mais motivante, mas a regularidade e a segurança da esteira atraem mesmo quem não gosta de atividades em locais fechados. O professor de educação física Paulo Portella, com mais de dez anos de profissão, conta que a esteira é a preferida por pacientes em recuperação das mais diversas patologias. ?O atleta se sente mais seguro por causa da regularidade do terreno. Não há imprevistos e há ainda o amortecimento no aparelho?, diz.

Mas a escolha entre os dois treinos não deve ser apenas questão de hábito ou gosto. Os movimentos na rua e na esteira são muito diferentes. De acordo com especialistas em técnicas de corrida, na rua as pernas têm de exercer maior força sobre o solo para acelerar o movimento do atleta. De passada a passada, uma certa aceleração é perdida e deve ser recuperada, exigindo maior esforço físico.

Alternância de locais

Na esteira, como o atleta mantém-se no mesmo lugar, e é o chão que se locomove, as pernas ganham nova posição, para trás do corpo. ?A principal vantagem da esteira é a possibilidade de controlar 100% o treinamento. O corredor tem uma percepção mais concreta dos resultados?, explica o professor. A esteira permite também avaliações mais precisas das passadas e da mecânica dos movimentos. De acordo com estudos do Journal of the American Medical Association, a esteira é o aparelho que mais queima calorias na academia. ?Nela é possível calcular a freqüência cardíaca do corredor e trabalhar a corrida de acordo com o resultado que ele deseja.?

Por outro lado, a corrida na rua é responsável também por maior desenvolvimento da musculatura por causa da impulsão gerada pelos músculos durante a locomoção. Uma das causas que mais levam os atletas para a rua é a monotonia do exercício realizado em ambiente fechado. Entre os pontos negativos do treinamento na esteira, estão a displicência dos atletas quanto à passada, já que o piso é plano e não requer maior atenção e a temperatura, mais alta em ambientes fechados, o que exige maior hidratação do atleta.

No fim das contas o conselho dos treinadores é de que equilíbrio é sempre a melhor alternativa. Ao invés de escolher um estilo, o interessante é mesclar os dois. Um bom treinamento inclui corridas em ambos os locais, podendo ser até de 50% em cada um.

O recomeço

A recomendação dos especialistas para quem não se exercita há muito tempo ou está começando, é começar andando em torno de 20 minutos por dia. Depois de mais ou menos uma semana, você já terá mais fôlego para começar a correr em uma velocidade moderada. Cada pessoa deve encontrar o seu próprio ritmo, respeitando suas limitações, sem se basear em ninguém. Uma boa forma de saber isso é controlar sua freqüência cardíaca (quantas vezes seu coração bate por minuto). Para saber isso, coloque a mão direita no pulso esquerdo e conte no seu relógio quantos são os batimentos cardíacos por minuto. Em repouso, ela deve ser de 70 a 80 bpm (batimentos por minuto).

A vestimenta para a corrida deve ser apropriada. No calor, um short e uma camiseta confortáveis são ideais; no frio, um conjunto de moleton ajudará a manter o corpo aquecido. Em ambos os casos, os pés devem calçar um par de tênis próprios para corrida, com amortecimento no solado. Evite roupas de nylon ou de plástico.

O importante, também, é não deixar a corrida se tornar um hábito chato e tedioso. O ideal, sempre que possível, é mudar o trajeto e evitar a prática sempre no mesmo local. Também é bom correr na companhia de uma ou mais pessoas que tenham o mesmo ritmo que você, assim um sempre poderá incentivar o outro e a atividade pode se tornar prazerosa.

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