Mesmo com toda a divulgação sobre exames, histórias de pessoas que abandonam consultórios e clínicas são comuns

Pavor de seringa, horror a permanecer em locais fechados ou medo de sentir dor. São muito poucas as pessoas que não passaram por essas situações na hora de se submeter aos exames médicos. Por medo, insegurança ou falta de informação, a fobia por consultórios e hospitais e a complexidade dos procedimentos utilizados pelos médicos para diagnosticar determinadas doenças ainda assustam muitos brasileiros. Profissionais de saúde apostam na educação e na conscientização para fazer com que cada vez mais as pessoas procurem se orientar e saber quando é a hora certa de checar como anda a saúde, sem traumas.

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O medo de exames médicos é tão grande que 5% dos pacientes chegam a desistir dos exames. Outros vão em frente, mas acabam atrapalhando o andamento dos exames com movimentos físicos inadequados. A psicóloga Sandra Mara de Souza, que atende no DAPI – Diagnósticos Avançados por Imagem, diz que o medo de exames é uma manifestação específica, bem diferente de uma fobia. ?Na fobia, a pessoa não consegue realizar determinadas ações, como dirigir ou usar um elevador?, explica. Conforme a psicóloga, muitas vezes, uma conversa esclarecedora pode acalmar o paciente, além de deixar claro que ele não estará sozinho durante todo o exame.

Interferência

Para os especialistas, a fobia é diagnosticada como um medo persistente, injustificado e desproporcional que se manifesta em situações especificas.  Assim, um paciente que sofre com claustrofobia (medo de lugares fechados), por exemplo, tem desconforto e sofre intensamente quando tem de ser submetido a uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética, por conta do porte e formato do equipamento. Sandra conta que os relatos de pessoas com esse tipo de fobia são marcados pelo medo da morte ou de serem enterradas vivas.

De acordo com a psicóloga, se essas reações acontecem na hora de fazer exames, ou seja, se a pessoa não consegue tirar sangue ou passar por uma tomografia, ela deve procurar tratamento psicológico, pois essa situação pode afetar diretamente a sua saúde. Na sala de espera de clínicas e consultórios é fácil identificar os sintomas desse desconforto. ?Entre eles, estão a aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, sudorese, secura na boca, tensão muscular, vertigens, distúrbios gastrintestinais e tremores?, observa Sandra Souza.

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No entender do coordenador do Serviço de Tomografia e Ressonância Magnética do Hospital São Luiz, Giuseppe D’Ippolito, alguns sintomas de pavor interferem diretamente no resultado de alguns exames. Ele cita como exemplo a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. ?Se o paciente ficar ofegante e tiver falta de ar, pode prejudicar a qualidade dos exames?, avalia. O especialista enumera, ainda, algumas técnicas de biópsia e o temor pelo resultado do exame, como situações que podem causar ansiedade e pavor.

A psicóloga Sandra Souza esclarece que o temor não se restringe a nenhuma classe social, sexo, idade ou nível cultural. Para ela, o principal fator que deve ser combatido é a falta de informação. Para isso, é preciso ter pessoas treinadas para explicar o que acontece, como se realizam os procedimentos e como tudo isso será feito. ?Quando recebem essas orientações, os pacientes se sentem mais seguros e encaram tais situações com mais facilidade?, completa.

Depoimentos

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?Quando o médico colocou um treco no meu nariz e foi aprofundando, fiquei tão nervoso que dei um chute na canela dele. Foi meio sem querer, mas chutei?, contou RCM, porteiro.

?Tenho vergonha e medo de sentir dor na hora do exame ginecológico, mesmo optando por uma médica?; DT, estudante.

?Meu trauma vem da infância: sofro até hoje para tirar sangue ou tomar injeção?; LCM, jornalista.