Na casa é que mora o perigo

Todas as famílias têm na casa o seu abrigo. É só trancar a porta e os perigos ficam do lado de fora. Só que para as crianças pequenas, isso não é bem assim. Quem tem criança em casa sabe que todo cuidado é pouco e que jamais se pode descuidar. O perigo pode estar na escada, no tapete da sala, na tomada de luz, na caixinha de medicamentos ou na panela em cima do fogão.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 5,8 milhões de pessoas morrem vítimas de traumas no mundo por ano. Deste total, aproximadamente 800 mil mortes ocorrem na faixa etária de 0 a 14 anos. Dados apresentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde, reforçam que, no Brasil, um terço das vítimas de traumas e intoxicações caseiras são crianças com idade entre zero e nove anos.

Pediatra e supervisora do pronto atendimento do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, Maria Cristina Marcelo de Silveira lembra que alguns cuidados simples podem impedir as intoxicações e os acidentes mais freqüentes, como queimaduras, afogamentos e quedas. A instalação de coberturas e proteções de tela nas escadas, varandas, janelas e piscinas evita que ocorram afogamentos e quedas. ?Mas não é só a instalação de barreiras que vai garantir proteção?, alerta a médica, salientando que a própria conscientização da criança é a melhor maneira de tentar evitar acidentes.

No entender da pediatra, os pais ou responsáveis devem instalar tais barreiras ou mudar os utensílios que representam perigo para lugares mais altos, mas, ao mesmo tempo, explicar o risco que representam. ?Isso deve ser feito assim que a criança comece a investigar os quatro cantos da casa?, orienta.

Cozinha e medicamentos

Todo cuidado é pouco também dentro da cozinha e da área de serviço. As crianças nunca devem ficar sozinhas nesses locais. A grande maioria dos objetos cortantes está localizada em gavetas de fácil acesso. O fogão aceso, panelas e palitos de fósforos são as causas dos pequenos e também dos mais graves tipos de queimaduras. Esses traumas costumam apresentar seqüelas permanentes, além do tratamento, na maioria das vezes, ser dolorido e demorado.

Os medicamentos e algumas substâncias como a soda cáustica e os agrotóxicos representam um risco ainda maior para as crianças, já que elas têm um risco potencial de intoxicação por uso indiscriminado de medicamentos. ?Os comprimidos podem ser confundidos com balinhas, e xaropes com sucos, por exemplo?, comenta Maria Cristina Silveira. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), os medicamentos ocupam o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações em seres humanos. Somente em 2002, segundo o sistema, os medicamentos provocaram 26,9% das intoxicações registradas no país.

Disque-Intoxicação

A Anvisa possui um serviço de apoio às vítimas de intoxicação. Pelo telefone 0800-722-6001, o Disque-Intoxicação recebe chamadas de longa distância em todo o país. Os 36 Centros de Informação e Assistência Toxicológica funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, durante todo o ano.  O serviço tem como objetivo informar, apoiar e facilitar os primeiros socorros nas vítimas de intoxicação.

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