Mulheres sofrem mais por consumirem álcool

Pesquisadores encontraram mulheres que tiveram um resultado pior em alguns testes cognitivos feitos para verificar as lesões causadas pelo consumo de bebidas alcoólicas. Bárbara Flannery e a equipe compararam os resultados de testes que mediam o funcionamento cerebral de 78 homens alcoólicos e 24 mulheres também alcoólicas com idades entre 18 e 40 anos. Eles utilizaram 68 homens e mulheres sem problemas de alcoolismo como grupo de controle na pesquisa realizada na Rússia.

As mulheres alcoólicas foram piores do que os homens nos testes envolvendo trabalho de memória visual, flexibilidade cognitiva, planejamento espacial e solução de problemas, ainda que os homens da pesquisa, em média, tenham bebido significantemente mais tempo do que as mulheres. A cientista afirma que “as mulheres são vulneráveis ao ponto de que elas experimentarão as conseqüências negativas do abuso do álcool e alcoolismo mais rápido que os homens, mas os homens também irão experimentar os mesmos tipos de efeitos”. Flannery, B., et al. (2007) Gender Differences in Neurocognitive Functioning Among Alcohol-Dependent Russian Patients. Alcoholism: Clinical and Experimental Research, 31(5): 745-754.

O maior prejuízo sofrido pelas mulheres no consumo do álcool se deve às diferenças de como elas metabolizam o álcool. Mesmo o consumo moderado de álcool aumenta o risco da forma comum de câncer do seio e mulheres na pós-menopausa de acordo com estudo apresentado na Associação Americana para a Pesquisa do Câncer em sua reunião anual em San Diego em 2008.

O estudo encontrou que além disso, quanto mais a mulher bebeu, maior o risco do câncer de seio do tipo ERplus/PRplus ela teve. Esta é uma forma de câncer de mama classificado como positivo tanto para o estrogênio quanto para a progesterona que atinge 70% dos cânceres de mama. Os dados da pesquisa revelaram que houve um aumento de 51% do risco de câncer do seio em mulheres que beberam três ou mais copos de bebidas alcoólicas diariamente comparadas com as que não bebiam nenhum álcool. (Jasmine Lew, Instituto Nacional do Câncer dos EUA).

Um outro problema de saúde envolvendo mulheres que consomem álcool tem que ver com o surgimento da Doença de Alzheimer. Um estudo com 60 pessoas diagnosticadas com esta doença mostrou que houve um início mais cedo desta enfermidade nas bebedoras em excesso. Elas adoeceram 4,8 anos mais cedo por terem tomado mais do que dois drinques por dia e 2,3 anos mais cedo nas que haviam fumado um maço de cigarros ou mais por dia.

Um outro estudo de meio milhão de adultos concluiu que abandonar o fumo diminui seu risco de morrer de câncer do pulmão em 70%. E o The George Institute for International Health relatou um estudo feito na Ásia o qual concluiu que o risco de morrer de câncer do pulmão era 20 vezes maior entre mulheres fumantes do que entre homens.

O Dr. Ranjan Duara, Diretor do Centro Médico Monte Sinai especializado em Doença de Alzheimer em Miami, disse que “As pessoas que começam com uma boa reserva cognitiva, que permanecem mentalmente ativas, são aptas para compensar pela patologia do cérebro por um período muito mais longo”. Ele observou que beber e fumar pode lesar o cérebro.

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