Uma alimentação excessiva em carboidratos aumenta nas mulheres, ao que parece, o risco de sofrer câncer de mama, segundo uma pesquisa realizada por especialistas dos Estados Unidos e México. As conclusões do estudo parecem dar um ponto a favor das dietas do doutor Robert Atkins, um inimigo dos carboidratos, para quem é melhor consumir bastante proteína, que faz diminuir o nível de triglicérides no sangue.
A partir das teorias de Atkins uma onda de dietas que combatem os carboidratos ? e não as gorduras, como durante décadas sustentaram os principais nutricionistas ? invadiu os Estados Unidos. O real valor científico das idéias de Atkins é, no entanto, objeto de fortes discussões há anos.
Agora, estudos de pesquisadores da School of Public Health, de Harvard, junto a um grupo de cientistas do Instituto de Saúde Pública de Cuernavaca (México), revelaram que o risco de contrair câncer de mama se duplica em mulheres acostumadas a consumir muitos carboidratos, em relação àquelas que os consomem de forma limitada.
O estudo, financiado pelo Centro para a Prevenção do Câncer americano, o Ministério da Saúde mexicano e o Instituto para a Pesquisa contra o Câncer, cria um nexo preciso entre o consumo de carboidratos e o tumor de mama. O nível de açúcar no sangue aumenta e gera a produção de insulina. Isso levaria a uma cisão nas células e a um alto nível de estrógenos no sangue, dois fatores que parecem relacionados ao surgimento do câncer.
Os pesquisadores realizaram o estudo entre 474 mulheres da Cidade do México, nas quais se acabava de diagnosticar câncer de mama, e o compararam com uma amostra de 1.391 mulheres sadias de igual idade, peso e quantidade de gravidezes.
Além disso, as mulheres foram divididas em quatro categorias a partir de seus hábitos alimentares e consumo de carboidratos. As da categoria mais alta (62% das calorias totais procedentes de carboidratos) eram 2,22 vezes mais propensas a contrair câncer de mama que aquelas cujo nível de carboidrato não superava 55% das calorias consumidas.