Londrina – A diabetes mellitus respondeu em Londrina, durante o ano passado, por 79,1% das mortes do grupo de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas. Este grupo é o sétimo entre os que mais matam, segundo dados do Perfil de Mortalidade de 2003, documento anual elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde.
Os seis primeiros grupos são as doenças do aparelho circulatório; câncer; causas externas; doenças do aparelho respiratório; do aparelho digestivo e doenças infecciosas. Em relação à totalidade das mortes de 2003, a diabetes é responsável por 3,5%. Quando se analisa os Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) a morte por diabetes em mulheres, que ocupava a segunda posição em 2002, caiu para a 10ª em 2003. O APVP mede a morte prematura, considerando a idade máxima de 70 anos. Por exemplo, uma pessoa que morre aos 40 anos, perde 30 anos potenciais de vida.
O índice é calculado a partir da somatória dos anos perdidos de todos os óbitos ocorridos no ano. A diretora de Ações em Saúde, da Secretaria de Saúde de Londrina, a enfermeira Brígida Gimenez Carvalho, afirmou que a queda de morte por diabetes em mulheres se deve, principalmente, ao trabalho de controle e prevenção da doença realizado nas unidades básicas de saúde, por meio do Programa Municipal de Controle da Diabetes e Hipertensão. A Secretaria de Saúde, com base em estatísticas nacionais e literatura médica, trabalha com a perspectiva de que o município tem cerca de 8.000 pacientes diabéticos. O programa municipal descentralizado nas UBS já tem cadastrados 6.000 pacientes. Brígida Carvalho afirmou que o programa reformulou o atendimento aos pacientes, aumentando o fornecimento de medicamentos, exames laboratoriais e a disponibilização do exame haemoglukoteste nas 52 unidades de saúde.
A diretora também credita a queda da mortalidade ao trabalho intensificado em 2001, a partir da expansão do Programa Saúde da Família cujas equipes passaram a organizar grupos de doentes crônicos. “A maioria das unidades tem esses grupos, nos quais a equipe estimula a prevenção e o controle da doença com atividades físicas e sociais que respeitam o ambiente do paciente para que leve uma vida mais saudável.”