Mortalidade infantil indígena cai 17% em 5 anos

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está comemorando uma conquista considerada bastante positiva: a redução de 17% nos índices de mortalidade infantil entre os povos indígenas brasileiros ao longo dos últimos cinco anos – entre 1999 e 2004.

No País, existem cerca de 450 mil índios, sendo 11,5 mil distribuídos em 41 aldeias – a maioria caingangues e guaranis – no Paraná. Segundo o chefe do distrito sanitário especial indígena do litoral sul da Funasa, Jefferson Realli, a redução dos índices de mortalidade se deve principalmente a ações de saúde realizadas por equipes de saúde dentro das aldeias. “Existe mais ou menos uma equipe para cada aldeia existente no País”, comenta. “Elas são formadas por médico, enfermeiro, odontólogo, auxiliar de enfermagem, agente indígena de saneamento e agente indígena de saúde, que é um índio treinado para identificação e acompanhamento de pacientes.”

Jefferson conta que, graças ao trabalho das equipes, também foi possível uma elevação nos índices de vacinação dentro das aldeias, o que contribuiu com a redução da mortalidade. Só no Paraná, de 2000 para 2003, o índice de vacinação contra paralisia infantil aumentou de 59% para 97%, contra febre amarela de 22% para 92% e contra o sarampo de 52% para 82%.

Porém, apesar de todas as conquistas, o chefe do distrito diz que ainda há muito a se fazer pelas populações indígenas e muitos problemas a serem resolvidos. Um dos grandes desafios é melhorar as condições de saúde sem interferir na cultura dos povos. “Na região Sul, os problemas que mais atingem os índios são a diarréia e as doenças respiratórias e de pele”, afirma. “Muitas delas acontecem porque é hábito entre os índios andar descalço e colocar alimentos no chão. Temos que adaptar nossos trabalhos à cultura indígena sem interferir nela.”

Em outras regiões do País, como em alguns estados do Norte, um grande desafio a ser enfrentado é o fato de aldeias se encontrarem em locais isolados, o que dificulta o acesso de médicos e enfermeiros. No Paraná, de acordo com a Funasa, 90% das aldeias existentes possuem acesso fácil por estrada e 10% por via fluvial.

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