Durante o inverno, ocorre um aumento do número de intoxicações acidentais pelo monóxido de carbono, sendo muitas delas fatais. O monóxido de carbono é um gás incolor, sem cheiro, que não causa irritação, muito difusível e cuja densidade é próxima a do ar. Absorvido pelas vias aéreas (inalação), se difunde rapidamente no sangue, fixando-se na hemoglobina, deslocando o oxigênio e apresentando efeito asfixiante sobre os tecidos por meio da carboxihemoglobina. Como conseqüência, ocorre diminuição da quantidade de oxigênio transportado e fornecido aos tecidos.
As principais fontes de monóxido de carbono são: combustão incompleta do carvão (brasileiros), tubos de escapamentos de motores à explosão, incêndios, deflagrações de explosivos, queimadas, chuveiros a gás, fumaça do tabaco e qualquer chama ou dispositivo de combustão.
Os sintomas decorrentes da intoxicação aguda variam de acordo com a concentração do gás, do estado de saúde da vítima e, principalmente, do tempo de exposição ao gás. As principais conseqüências são: dor de cabeça, náuseas, vômitos, irritabilidade, tontura confusão mental, obnubilação, coma e morte (morte branca).
O tratamento consiste em retirar a vítima do local da intoxicação, não esquecendo de proteger o próprio socorrista, e iniciar a oxigenioterapia o mais rápido possível, praticando a respiração artificial, no caso de parada respiratória, enquanto o paciente é conduzido a um serviço de emergência. O método mais eficaz e rápido de tratar a vítima é a oxigenioterapia hiperbárica.
Importantes são as medidas preventivas, como: não ligar o motor do carro com a garagem fechada, observar os dispositivos de segurança quando da utilização do chuveiro a gás, não queimar lenha em ambientes fechados, conscientizar a população sobre os perigos da intoxicação pelo gás e as maneiras de prevení-las.
Luiz Bodachne é médico geriatra do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.