Uma molécula que repara o DNA danificado poderia ser útil para encontrar um tratamento mais eficaz e confiável contra o câncer, segundo estudo publicado na revista científica britânica “Nature”.

Essa molécula, denominada AlkB, pode ser utilizada em tratamentos de quimioterapia ? cujo objetivo é destruir o DNA doente ? para reparar os tecidos tumorais.

Inibir esse mecanismo de reparação ou utilizá-lo para proteger os tecidos sadios dos danos provocados pela quimioterapia pode significar um grande avanço na luta contra o câncer, segundo os autores do estudo.

O descobrimento desse mecanismo “foi surpreendente e muito excitante”, explicou a pesquisadora Barbara Sedwick, da delegação londrina do Instituto Britânico de Pesquisa contra o Câncer (Cancer Research UK).

Sedwick explicou que o processo para a reparação do DNA “foi estudado intensamente durante muitos anos; portanto, descobrir um mecanismo de ação completamente novo foi surpreendente”.

“Os testes com essa molécula poderão nos ajudar a predizer se a quimioterapia tem possibilidades de sucesso e certas drogas que a inibem podem aumentar a eficácia das drogas convencionais”, acrescentou.

A pesquisadora também explicou que a AlkB pode ser usada para “proteger células na medula que, de outra forma, poderiam ser afetadas pela quimioterapia; isso poderia reduzir os efeitos secundários do tratamento”.

“A quimioterapia”, observou Paul Nurse, diretor do Cancer Research Institute, “mata as células cancerígenas mas às vezes os sistemas naturais de reparação se interpõem e causam resistência ao tratamento: um desses sistemas está ligado à molécula AlkB, por isso, saber como funciona significa um avanço importante para a reparação dos tecidos”.

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