Brasília – O Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Butantan assinaram nesta segunda-feira (22) um protocolo de intenções para a produção nacional da vacina contra o rotavírus. A expectativa é de que até 2010 seja produzida inteiramente no país uma vacina contra o vírus, responsável por 30% das diarréias graves em crianças de até 5 anos.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, diz que o acordo firmado tem por objetivo aproveitar os diferentes caminhos para o desenvolvimento da vacina. "BioManguinhos transferindo tecnologia de uma vacina que já está no mercado, comprada pelo Ministério da Saúde e o Butantan por uma rota tecnológica mais moderna, mais nova, algo que ainda vai ter que se comprovar se vai virar um produto ou não?, afirma.
O cientista e presidente da Fundação Butantan, Isaías Raw, explicou que a vacina oferecida hoje pelo Ministério da Saúde serve apenas para um tipo do rotavírus. Segundo ele, a vacina que será produzida servirá para cinco tipos de vírus diferentes.
?Essa vacina está tão reputada que ela vai atender a 70% da população mundial. A outra vacina que o Brasil introduziu tem uma cepa [tipo] só, a nossa tem cinco. Tem cinco tipos de rotavírus no Brasil. Então nós não estamos na contramão do mundo, nós estamos na frente do mundo?.
De acordo com o cientista, a expectativa é que depois de realizados testes e avaliações internacionais com a nova vacina até 2009, ela possa estar disponível para o Ministério da Saúde a partir de 2010.
Em 2006, o Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra o rotavírus na rede pública de saúde. Desde então, a oferta da vacina pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), tentou evitar, anualmente, a morte de 850 crianças menores de cinco anos no país.
