Brasília – O Ministério da Saúde considera que ainda não é oportuno incluir no calendário nacional a vacina contra o HPV (papilomavírus humano, que pode levar ao câncer no colo do útero), porque falta um aprofundamento dos estudos relacionados a ela.

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A informação foi dada nesta quarta-feira (6) aos integrantes da Comissão de Assuntos Sociais do Senado pelo coordenador do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal do ministério, Adson Roberto França dos Santos.

Durante audiência pública para discutir o Projeto de Lei nº 51/2007, que garante o fornecimento gratuito da vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o coordenador lembrou que "o calendário nacional de vacinação tem uma repercussão extremamente importante sob vários aspectos e o aprofundamento dos estudos se faz necessário, contando com a sociedade científica, com os pesquisadores, com o Congresso Nacional".

A médica Bernadete Nonnenmacher, pesquisadora do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, disse que após estudos com mais de 30 mil mulheres em cerca de 30 países, o resultado da aplicação da vacina foi a redução nos casos de câncer de colo do útero.

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?Se as mulheres forem vacinadas antes de iniciar a vida sexual, podem ser reduzidos em 70% os casos desse tipo de câncer. O que se tem de fazer é a prevenção primária", defendeu. E informou que no país cerca de 12 milhões de mulheres estão infectadas pelo HPV e 5 mil morrem de câncer de colo do útero por ano ? no mundo, são diagnosticados a cada ano 20 mil novos casos desse tipo de câncer.

Segundo a pesquisadora, o custo da vacina pode ser reduzido se ela for comprada em grande escala pelo governo. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto passado, a vacina é importada e deve ser tomada em três doses, que podem ser encontradas em clínicas particulares ao custo médio de R$ 500 cada dose.

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Na audiência, a relatora do projeto de lei, Patrícia Saboya (PSB-CE), que preside a Comissão de Assuntos Sociais, destacou a importância da descoberta da vacina para imunizar as jovens que ainda não têm vida sexual ativa. ?Está comprovado que o HPV é um dos maiores causadores do câncer no colo no útero. Portanto, é uma necessidade que o Estado também se envolva nessa discussão, para evitar que tantas jovens acabem contagiadas e doentes em função da falta de uma vacina", disse.