O primeiro passo para inserir o deficiente no mercado de trabalho é passar a enxergá-lo não como uma pessoa melhor ou pior do que as outras, mas apenas diferente. A deficiência, segundo Linamara Batistella, consultora sobre contratação de portadores de necessidades especiais, não está na falta de um membro ou da visão, mas sim na sociedade, que não está preparada para recebê-las. ?O que interessa a uma empresa é o produto final do trabalho, a capacidade da pessoa em realizá-lo, e não como o realiza?, avalia.

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A falta de qualificação para o trabalho, falta de estímulo e apoio da família, falta de informação e preconceito dos empregadores, unidos à falta de investimento do governo em projetos de educação e capacitação profissional contribuem para que a sociedade desconsidere o potencial das pessoas com tais necessidades. Diante deste contexto abre-se espaço para que sejam criadas barreiras, dificultando ainda mais a sua inserção social.

O programa Participo da APR, da Associação Paranaense de Reabilitação, por exemplo, iniciou o ano com vagas em aberto para profissionais com alguma deficiência física, motora ou mental. São diversas empresas que necessitam da mão-de-obra de pessoas que têm necessidades especiais e que não encontram profissionais aptos para o serviço. As oportunidades são nas áreas de saúde, alimentação, produção, administrativa e telemarketing.

Adaptação tranqüila

Segundo a responsável pelo programa de recrutamento da APR, Luciana Stein, muitos deficientes têm capacidade de trabalhar nessas áreas, só que não encontram as oportunidades certas. ?As empresas que estão com vagas em aberto exigem qualificações que nem sempre nosso banco de dados possui?, explica. A dirigente reconhece que existem muitos portadores de necessidades especiais aptos a desempenhar determinadas tarefas e que estão preparadas para o mercado. ?Só precisamos que eles venham até a APR ou se cadastrem pela internet?, convoca.

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Dentre as limitações das vagas estão a idade, experiência e disponibilidade física para executar o trabalho. ?Dependendo da situação, não podemos encaminhar um deficiente físico-motor para a área de produção. Eles têm que atuar em atividades que não envolvam risco  ou que não demandem grande esforço físico?, avalia Luciana, salientando que, geralmente, o processo de inclusão acaba sendo bastante tranqüilo.

Cadastro na APR

O banco de dados da APR tem mais de 800 pessoas cadastradas que, de acordo com as solicitações das empresas, são encaminhadas para desenvolver as mais diversas atividades. Porém, com a atualização do banco de dados e com mais pessoas cadastradas, maiores são as chances dos deficientes entrarem no mercado de trabalho. Em 2006, 220 pessoas foram encaminhadas pelo programa desenvolvido pela APR.  Para se cadastrar, basta entrar em contato com a APR pelo telefone (41) 3013-9306. Informações podem ser obtidas no site www.apr.org.br.

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