Muitos vêem a mulher na menopausa, como se ela fosse “inferior”, ou “alterada” por estar nesta fase do desenvolvimento feminino. Além daqueles conceitos pejorativos de que nesta fase elas teriam diminuição do interesse sexual, sofreriam depressão, mudanças em sua personalidade e coisas assim.
Isto não é necessariamente verdade. Ainda que na pós-menopausa a atividade sexual, por exemplo, tende a diminuir como conseqüência dos efeitos da diminuição dos estrogênios, do ressecamento vaginal e do aumento de infecções vaginais, observou-se que existem numerosos casos nos quais não ocorre a diminuição da libido, e sim uma intensificação do desejo sexual porque as mulheres nesta fase estariam mais relaxadas quanto ao medo de engravidar além de não precisarem mais cuidar de filhos pequenos.
A menopausa pode ser o “bode-expiatório” de uma série de problemas que, na verdade, podem ocorrer em torno da vida da mulher, como conflitos familiares, conjugais, no trabalho, e mesmo emocionais pessoais que não são ligados necessariamente à menopausa. Por isso, não é justo apontar a mulher na menopausa e querer colocar nisto a causa de problemas que podem estar ligados à outras influências.
Distúrbios afetivos são os que mais se atribuem ao período da menopausa. Estudos revelam que não há nenhum tipo de depressão obrigatório para surgir na menopausa e nem uma maior incidência de mulheres com depressão entre as que estão nela. Exceção a isto são as que já tinham depressão anterior, talvez com recaídas periódicas (bipolar ou outra), as que tinham severas síndromes pré-menstruais ou depressão pós-parto. Mulheres têm depressão mais frequentemente antes da menopausa.
Por outro lado, se a mulher experimenta um período muito longo (pelo menos 27 meses) de perimenopausa (antes da menopausa) ela tem maior risco de depressão. Os motivos precipitantes aparecem por causa das mudanças hormonais normais nesta fase e devido a fatores como: menopausa cirúrgica, depressão anterior, saúde física, problemas menstruais, estresse social ou familiar, atitudes negativas quanto à menopausa, perdas emocionais significativas (morte de pessoa amada, divórcio, etc.).
Estudos mostram que conflitos familiares, sociais e o pensamento negativo (pessimismo, desesperança, etc.) parecem ter maior importância quanto à causa da depressão na menopausa do que mesmo as mudanças biológicas-hormonais dela. Estas “síndromes” psicológicas não são uma obrigatoriedade para todas as mulheres na menopausa, ao contrário, neste período da vida feminina a incidência de depressão não só não aumenta, como diminui, comparado com outras fases da vida.