Medidas simples, resultados concretos

Médicos e outros profissionais de saúde de todo o País não se cansam de alertar para os riscos de contaminação e dificuldades de se combater as infecções hospitalares, um  sério  problema  de  saúde  em todo o mundo. Apesar  dos  progressos  alcançados  no  que  diz  respeito ao controle e tratamento, os resultados obtidos no combate a essa verdadeira síndrome ainda não são satisfatórios. Na Inglaterra, por exemplo, estudos estimam que mais de 100 mil casos de infecções sejam adquiridas a cada ano. Os gastos no combate dessas infecções têm um custo estimado de dois milhões de dólares e causam em torno de 5 mil mortes por ano. Nos Estados Unidos, os números de mortes relacionadas a infecção hospitalar são ainda mais preocupantes: perto de 90 mil mortes ao ano e gastos acima de cinco bilhões de dólares.

No Brasil, não há dados oficiais atualizados sobre o número de casos de infecção, mas levantamentos feitos por sociedades médicas projetam que de 5% a 15% dos pacientes internados desenvolvem a doença. Como conseqüência, tais pacientes são obrigados a passar, em média, mais uma semana internados. De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, esses dados dão sustentação à real e urgente necessidade de programas efetivos de controle de infecção.

Envolvimento de todos

Apesar de ser um problema que traz graves conseqüências, a infecção hospitalar pode ser prevenida pelo menos na metade dos seus casos. "É necessário um grande esforço de toda a equipe hospitalar para manter a infecção sob controle, dentro dos padrões preconizados pelas instituições nacionais e internacionais que lidam com o problema?, diz o infectologista Eduardo Medeiros, explicando que toda  a  equipe de saúde deve  ser  continuamente  capacitada  com  relação  às  medidas  de  controle.

Para Medeiros, que é diretor científico da instituição, o número de infecções hospitalares pode ser reduzido, se for colocado em prática um hábito simples como a lavagem e a higiene das mãos. Estudos  recentes  mostram  que,  por  mais  que  se  lavem  as  mãos,  sempre  podem  ficar bactérias  nas unhas e dobras. Além disso, jóias e anéis devem ser retirados no momento da higienização, pois são fatores de  alto risco  para  infecções  hospitalares.  

Doença  grave,  a  infecção  hospitalar  é  causada  por  microorganismos  que  se  desenvolvem  no  ambiente  hospitalar  e  que  costumam  ser  mais  resistentes  aos  tratamentos. De acordo com o especialista, elas têm se tornado um problema importante de saúde pública em todo o mundo e estão diretamente relacionadas ao tempo de internação e ao procedimento médico realizado.

A última amostra realizada  pelo  Ministério  da  Saúde  em  99  hospitais  das  capitais brasileiras, com um total de  8.624  pacientes  com  mais  de  24  horas  de  internação,  revelou  que  entre  as  infecções  hospitalares  mais  prevalentes  estão  as  respiratórias  (28,9%),  cirúrgicas  (15,6%) e de pele  (15,5%). A  região  sudeste  é  a  que  apresenta  o  maior  índice  de  doenças,  16,4%,  seguida  do  nordeste  (13,1%),  norte  (11,5%)  e  do  sul  (9%).

As infecções mais prevalentes

*  Respiratórias: 28,9%.

*  Cirúrgicas: 15,6%.

*  De pele: 15,5%

Hospitais onde a infecção ataca mais

*  Públicos: 18,4%.

*  Universitários: 11,8%

*  Privados: 10,2%

*  Filantrópicos: 10,1%

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