Aferir a pressão, medir a temperatura do corpo, verificar o pulso, investigar a existência de manchas na pele ou de “caroços” que se sobressaíssem.
O médico que exercia seu ofício no começo do século 20 contava com muito pouco além dessas rotinas para diagnosticar alguma doença em seus pacientes. Quando muito, esse “aprendizado” era passado de um profissional para outro. O que valia era a experiência de cada médico. É possível imaginar o nível de frustração a que era submetido o “doutor”, que não tinha condições de “enxergar” a doença do seu paciente.
Apesar dos esforços, pouca coisa poderia ser feita para curar doenças e salvar vidas. Com o desenvolvimento da medicina diagnóstica, para nós que convivemos com tantos avanços científicos, essa simples reflexão sobre as mínimas possibilidades de diagnóstico do passado (nem tão longínquo) valoriza ainda mais o a crescente utilização dos exames por imagem nas investigações das doenças.
A recomendação médica para a prevenção de doenças é quase sempre a mesma: alimentação saudável, exercícios físicos regulares e exames frequentes. No entanto, poucas pessoas sabem qual a diferença entre os diversos exames e para que cada um serve.
Como reconhecer se, realmente, eles são estritamente necessários? Para responder a pergunta, basta verificar os dados divulgados pelos principais órgãos de pesquisa sobre a saúde dos brasileiros.
A conclusão é de que os exames da medicina diagnóstica, notadamente, aqueles por imagem, são responsáveis por cerca de 70% das decisões médicas tomadas hoje no Brasil.
Diagnósticos acertados
Com esse índice fica demonstrado o tamanho da sua importância para a correta tomada de decisões por parte dos médicos. Apesar disso, o País ainda não tem capacidade tecnológica suficiente para fabricar em seu território equipamentos de última geração.
Para dispor de todos os avanços é preciso importar. Na esteira dessa necessidade, incluem-se os impostos altíssimos para aquisição desses produtos em território nacional.
Mesmo assim, os hospitais se esforçam para fazer frente a essas necessidades, tornando-se verdadeiros aliados da tecnologia – e, mais ainda, dos seus pacientes – pois importam aparelhos modernos, que permitem diagnósticos cada vez mais precisos.
Em Curitiba, o Hospital Santa Cruz se destaca quando o assunto é diagnóstico por imagem. A começar pela tomografia cardíaca, cujo equipamento, que permite o mapeamento minucioso do coração e suas artérias, foi um dos primeiros instalados na região do Sul.
Para Dirceu Barbosa Neto, médico responsável pelo serviço de imagem cardiovascular do hospital, o incentivo à compra desses equipamentos deveria ser maior, por parte do governo, para que todos os pacientes que necessitam se submeter a esse exame tivessem acesso a ele.
“Quanto mais avançada a tecnologia para realização dos exames, mais eficiente será o tratamento”, afirma. Para o especialista, apesar do alto custo, um aparelho como o de tomografia computadorizada é de extrema importância. “Trata-se de uma alternativa não invasiva que permite ao médico tomar as decisões acertadas, diminuindo o número de internações e preservando a saúde dos pacientes”, explica.
Dados armazenados
Se de um lado a medicina diagnóstica do setor público passa por dificuldades, do outro, hospitais privados investem fortemente em novos equipamentos. Pacientes que possuem planos de saúde despontam com vantagem e têm a oportunidade de realizar exames mais elaborados.
Com efeito, ainda que os aparelhos tenham preços quase inacessíveis, a maioria dos planos de saúde cobre esses gastos. No Santa Cruz, que atende a mais de 40 planos conveniados, por exemplo, é possível realizar exames, como ressonância magnética, raios-X digital, tomografia, ultra-som e mamografia em equipamentos ultra-modernos, de tecnologia incontestável.
Segundo Gustavo Antonik, radiologista do hospital, em um exame, de tomografia é possível enxergar nódulos de dois a três milímetros, ou seja, identifica-se a doença em seu início, o que permite um tratamento mais rápido e preciso.
O aparelho de raios-X digital é outra grande conquista do avanço tecnológico. Ao eliminar gastos com impressão de imagens, armazenando-as no servidor de rede, o novo método permite que médicos, de qualquer setor do hospital, acessem os exames do paciente por meio do seu computador.
“Isso permite fazer o controle evolutivo da saúde do paciente, pois todo o seu histórico de exames fica armazenado por um período mínimo de quatro anos”, afirma Antonik.
Informações relevantes
De acordo com o especialista, o avanço dessas tecnologias em exames de diagnóstico se tornou uma verdadeira revolução na medicina. “Identificar doenças ainda no seu início é o primeiro passo para a cura, assim, quanto mais atualizados os aparelhos, melhor será para médicos e pacientes”, completa Antonik. A maior vantagem hoje, é que os pacientes podem fazer exames complexos, de última geração, no próprio hospital.
A lista de exames recomendados deve ser elaborada pelos médicos, depois de uma minuciosa consulta clínica e de uma avaliação do histórico familiar de doenças e do estilo de vida de cada paciente.
Ou seja, os exames por imagem servem para complementar um diagnóstico já previsto em uma avaliação médica. Essa indicação varia de paciente para paciente e está baseada sobremaneira na experiência do médico em obter informações relevantes do histórico de saúde e de eventuais sintomas ou queixas indicadas pelo paciente.
Benefícios para todos
Quando se fala em Medicina Diagnóstica, poucas pessoas têm conhecimento sobre todas as possibilidades e a diversidade dos exames que podem ser realizados atualmente.
Só na área de cardiologia, são inúmeras opções que podem ajudar em um diagnóstico precoce ou, até mesmo, auxiliar o médico a compreender e localizar, rapidamente, o problema do paciente.
Começando pela monitorização da pressão arterial, que todas as pessoas conhecem, chegando até aos exames mais complexos e detalhados, como a radiografia de tórax, a monitorização (Holter), ecocardiograma, tomografia computadoriza, ressonância magnética, angiografia digital e hemodinâmica.
Na área da oncologia, por exemplo, essa tecnologia também é uma grande aliada. Para se ter uma idéia, a maioria dos tumores malignos de próstata pode ser curado quando detectados precocemente e as lesões intestinais descobertas em estágio inicial fazem com que as mortes por câncer reduzam de forma importante.
Dos exames mais conhecidos, como a mamografia, até a ultra-sonografia das mamas que serve para rastrear pequenos nódulos em mamas densas, chegando à ressonância e tomografia.
A indicação para exames complementares varia de paciente para paciente e está baseada sobremaneira na experiência do médico em obter informações relevantes do histórico de saúde e de eventuais sintomas do paciente.