Medicamentos: o que tomar e quando parar

Estudo realizado por médicos do Setor de Geriatria da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo envolvendo idosos constatou que 41% dos pacientes analisados tomam medicamentos que não são recomendados para essa faixa etária devido ao alto risco de efeitos colaterais. Os médicos constataram que entre os medicamentos não recomendados consumidos pelos pacientes estavam alguns de uso freqüente nessa faixa etária, como calmantes, antiinflamatórios, medicamentos para pressão alta, labirintite e relaxantes musculares. ?Como resultado dessa situação, o paciente entra em uma ‘cascata medicamentosa’, passando a tomar cada vez mais remédios para combater os efeitos colaterais causados pelos próprios medicamentos", explica Milton Gorzoni, coordenador da pesquisa.

Para o geriatra Gilmar Calixto, o uso de medicamentos deve ser muito criterioso, por isso deve ser evitado ao máximo o uso concomitante de várias substâncias, além disso suas dosagens devem ser muito bem controladas. ?O idoso tem o equilíbrio instável, por isso sofre um grau de intoxicação maior?, considera o especialista. Essa preocupação se torna ainda mais importante, pois, de acordo com estatísticas recentes, 40% dos medicamentos que os idosos tomam não são prescritos por médicos, principalmente analgésicos.

Aderência ao tratamento

Isso acontece, segundo Ivete Berkenbrock, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria ? Regional Paraná, devido ao hábito de se consultar simultaneamente médicos de diferentes especialidades. Com efeito, medicados ao mesmo tempo por profissionais de diferentes áreas, acabam se tornando vítimas de uma superposição de medicamentos com princípios ativos e efeitos semelhantes. ?Os médicos que atendem pessoas idosas devem sempre se informar sobre quais remédios o paciente está utilizando em outros tratamentos?, enfatiza a geriatra.

Por outro lado, a médica alerta que ao receber uma medicação, o paciente deve procurar levantar o máximo de informações com o médico sobre o remédio, seus efeitos colaterais e suas possíveis interações com outras substâncias. ?Como são extremamente suscetíveis aos efeitos colaterais de drogas, os idosos estão mais sujeitos a sofrer, entre outros, de distúrbios gástricos, hipotensão postural, sedação acentuada e riscos de quedas devido aos efeitos colaterais dos medicamentos?, adverte Ivete Berkenbrock.

Outra preocupação da dirigente é com a aderência aos tratamentos por parte dos idosos. Muitos pacientes quando percebem a sua pressão alta estabilizada, por exemplo, suspendem o uso de medicamentos prescritos pelo médico por conta própria.  ?Essa situação é rotineira e, também, um equívoco, pois é justamente o remédio que está promovendo a manutenção da pressão arterial em níveis adequados à sua idade?, alerta a geriatra, indicando que pessoas idosas necessitam de um acompanhamento especial durante o tratamento farmacoterapêutico.

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Cuidados essenciais

Alguns cuidados que devem ser sempre tomados quando se utilizar qualquer medicamento em idosos.

* Não aumentar por conta própria as doses do medicamento prescrito pelo médico.

* Saber por quanto tempo vai durar o tratamento.

* Nunca tomar medicação sem conhecimento do médico.

* Procurar saber dos possíveis efeitos colaterais do medicamento e nunca aceitar a troca de medicamento na farmácia.

* Informar sempre ao médico todos os medicamentos que estão sendo utilizados.

* Não ingerir remédios prescritos para outras pessoas.

* Informar imediatamente ao médico qualquer reação adversa decorrente da medicação recomendada.

Olho: Os idosos são
considerados uma população especial, pois, às vezes, se esquecem de
tomar os medicamentos prescritos, ou fazem uso destes de maneira
inapropriada.

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