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Nenhuma mulher deseja sentir-se constantemente desanimada, desinteressada, exausta e sem desejo sexual, apenas porque está na casa dos cinqüenta anos. Porém, é muito comum nessa fase da vida ? o tão conhecido climatério ? que apareçam incômodos como esses. Os vilões são os androgênios, ou melhor, a falta deles. Esses hormônios, produzidos principalmente pelos ovários, melhoram a vitalidade da mulher, e também influenciam em sua libido. Segundo especialistas, a terapia hormonal (TH) com tibolona pode ser uma boa opção.

"A partir da terceira década de vida, a produção dos androgênios vai declinando, diminuindo progressivamente até a fase de transição para a menopausa, quando então a curva de diminuição se estabiliza", explica o Dr. Hugo Maia Filho, professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e diretor de pesquisas do CEPARH (Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana), em Salvador (BA). Segundo ele, nessa fase da vida da mulher, os níveis de androgênios já caem para 30% do que eles eram quando a mulher tinha 20 anos. "Acredita-se que, baseado em inúmeros estudos, a deficiência androgênica em graus variáveis possa atingir mais de 50% das mulheres na perimenopausa", afirma o médico.

A tibolona, mesmo em baixas doses, pode ser uma boa opção nesses casos, pois ela leva a um progressivo aumento na quantidade de testosterona ? um dos androgênios presentes no organismo da mulher ? livre na circulação. "A testosterona livre tem ação sobre o sistema nervoso central, aumentando os níveis de beta-endorfinas e neurotransmissores. Desse modo, a tibolona exerce um efeito positivo sobre a função sexual, melhorando notavelmente a sensação de bem-estar e a qualidade de vida das pacientes", reforça Dr. Hugo Maia.

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O Dr. Rogério Bonassi Machado, professor adjunto e chefe do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí, acrescenta que a tibolona "é um hormônio muito interessante, pois ao ser distribuído na corrente sanguínea transforma-se em estrogênio, progestagênio e androgênio. Devido ao último, tem-se utilizado a tibolona como reposição hormonal em mulheres com sintomas de falta de libido, com resultados satisfatórios".

Estudos internacionais, como The effects os tibolone on mood and libido, de S. R. Davis, e Effect on sexual life, J. Nathorst-Boos e M. Hammar, comprovaram os efeitos benéficos da tibolona sobre o humor das usuárias, sendo inclusive mais eficaz que outros medicamentos convencionalmente empregados na TH. A tibolona também possui especificidade tecidual, ou seja, tem ação diferenciada para cada tecido ou órgão feminino, atuando na diminuição dos fogachos (ondas de calor), da sensibilidade nas mamas e do ressecamento vaginal, sintomas típicos do climatério. Além disso, não estimula o endométrio, diminuindo a incidência de sangramento e, com isso, o risco do desenvolvimento de doenças como o câncer nesse órgão.

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"O diagnóstico diferencial e minucioso", alerta Dr. Hugo Maia, "é muito importante". Pacientes cardiopatas ou com histórico de câncer de mama, por exemplo, não podem se expor ao tratamento. "A menopausa é uma experiência única para qualquer mulher, e apresenta-se como uma impressão digital ? cada mulher a percebe de uma maneira. Por isso, o emprego da TH deve ser muito criterioso, individualizado e feito pelo menor tempo possível. Quanto menor a dose, menos efeitos colaterais", completa Dr. Rogério Bonassi.