A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acaba de aprovar para comercialização o Exelon® Patch, da Novartis, adesivo para o tratamento da doença de Alzheimer. O medicamento, de administração única diária, é indicado para as formas leve a moderadamente grave da doença, com potencial para interromper a progressão dos sintomas e devolver qualidade de vida aos pacientes. O adesivo é aplicado em locais que possibilitam um controle visual de que está realmente sendo administrado, um benefício importante, pois alguns pacientes têm dificuldade ou se recusam a engolir cápsulas. O medicamento estará disponível no mercado brasileiro em janeiro de 2008.
O Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro que se manifesta principalmente em pessoas com mais de 65 anos de idade. Entre os sintomas está a perda de memória, alteração no comportamento e dificuldade em realizar tarefas simples. O neurologista Paulo Bertolucci, que apresentou o novo tratamento durante o III Simpósio de Neurociências de Curitiba (Neurofocus), realizado pelo Hospital Pilar, disse que os adesivos terão a mesma eficácia das cápsulas, a única opção até então utilizada, porém, com menor efeito colateral. ?Como o medicamento irá direto para a corrente sangüínea, não tem efeito sobre o tubo digestivo, evitando, dessa forma, que o paciente sofra de náuseas, vômito ou diarréia?, explicou.
Para o especialista, a novidade traz importantes avanços para o tratamento da doença, mas Bertolucci chama a atenção para a necessidade da adoção de alguns hábitos que ajudam a evitar o aparecimento e a progressão da doença. Dentre outras, de acordo com o médico, estão a manutenção de atividades intelectuais, o consumo freqüente de vitamina E em alta dose e, de acordo com orientações de especialistas, passar por tratamentos de reposição hormonal (TRH), isso para mulheres que já entraram no período da menopausa.
De acordo com o neurologista Otto Jesus Hernandez Fustes, do Hospital Pilar, embora ainda não exista a cura para a doença de Alzheimer, já é possível estabilizá-la, não permitindo que a doença progrida e se torne incapacitante rapidamente. ?O uso do adesivo transdérmico evitará a sensação de desconforto que os comprimidos causam, mantendo maior adesão e eficácia ao tratamento?, comenta, completando que a nova opção será uma forma de proporcionar mais qualidade de vida aos portadores da doença, o objetivo atual da terapia.
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