A previsão da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip) é de que o mercado desses medicamentos apresente crescimento de 5% em 2005, descontada a reposição de preço, em relação ao ano anterior, quando o setor movimentou 1,7 bilhão de dólares em valores (o equivalente a 4,9 bilhões de reais) e vendeu cerca de 480 milhões de unidades, o que corresponde a aproximadamente 30% do mercado farmacêutico total.
De acordo com dados do mercado farmacêutico, o segmento de MIPs, como são chamados os medicamentos isentos de prescrição, foi impulsionado, no primeiro semestre de 2005, pelas categorias de medicamentos antigripais e analgésicos, com crescimento, cerca de 20%. Os produtos que mais cresceram em vendas foram a Aspirina, da Bayer (35,8%), o Hipoglós, da Procter & Gamble (28%) e o analgésico Neosaldina, da Altana Pharma (17,9%).
Sintomas leves
Com tantos números expressivos, os médicos e a própria Abimip lançaram uma campanha, recentemente, para promover o uso responsável de tais medicamentos, já que eles não estão sujeitos à prescrição médica. Com isso, o paciente assume, plenamente, a responsabilidade pelo seu tratamento. O uso de medicamentos disponíveis sem receita médica é geralmente aceito como parte integrante do sistema de saúde e vai ao encontro do desejo crescente de cada indivíduo de assumir a responsabilidade pela sua própria saúde. Quando praticada corretamente, pode também contribuir para aliviar financeiramente, os sistemas de saúde pública.
O Ministério da Saúde determina quais medicamentos devem ter uma faixa (vermelha ou preta) em sua embalagem, o que significa a necessidade da apresentação de uma receita médica para a venda ao consumidor. Medicamentos sem faixa na embalagem podem ser tomados e adquiridos sem prescrição médica e se destinam a situações corriqueiras, onde sintomas leves podem incomodar, e, em geral, praticamente são destituídos de efeitos adversos importantes.
O uso de MIPs deve ser sucedido por uma consulta médica nos seguintes casos:
* Se os sintomas persistirem.
* Se os sintomas piorarem ou se o paciente tiver uma recaída.
* Se o paciente tiver dores agudas.
* Se o paciente tiver tentado um ou mais remédios sem sucesso.
* Se surgirem efeitos não desejados.
* Se o paciente estiver convencido da gravidade dos seus sintomas.
* Se o paciente tiver problemas psicológicos, tais como ansiedade, inquietação, depressão, letargia ou agitação.
Além desses casos, deve ser dada atenção especial na administração nos casos de gravidez e aleitamento, assim como em bebês e crianças.
Quatro regras do uso responsável de medicamentos
Cuidar – Cuidar sozinho somente de pequenos males ou sintomas menores, facilmente reconhecíveis.
Escolher – Escolher somente medicamentos isentos de prescrição médica, com a ajuda de um farmacêutico, quando possível.
Ler – Ler sempre as informações da rotulagem do produto antes de tomá-lo.
Parar – Parar de tomar o medicamento se os sintomas persistirem após um prazo razoável. Nesse caso, o médico deverá ser consultado.