A Schering-Plough acaba de colocar no mercado brasileiro um medicamento de última geração, altamente eficaz e com menos efeitos colaterais, para o tratamento de câncer de mama e de ovário. Já comercializado em mais de 70 países, Caelyx é um medicamento que melhora a qualidade de vida da paciente e oferece menos efeitos colaterais. O medicamento apresenta baixa toxicidade, baixo risco cardíaco e menor incidência de queda de cabelos, náuseas e vômitos.
O grande avanço de Caelyx (doxorrubicina lipossomal peguilada) está no desenvolvimento de sua molécula. O cloridrato de doxorrubicina foi encapsulado e revestido de uma forma que prolonga a permanência do medicamento no organismo, impedindo que ele seja inativado pelo sistema imunológico. Esta técnica de revestimento (lipossomal peguilada) ? única em relação a outras doxorrubicinas ? também faz com que o medicamento concentre sua ação no tumor e não no tecido saudável e apresente um perfil de toxicidade mais favorável: baixa toxicidade cardíaca, menor incidência de queda de cabelos, náuseas e vômitos.
Caelyx foi desenvolvido para superar as limitações impostas pela doxorrubicina convencional. Isso porque a doxorrubicina convencional é um quimioterápico eficaz, amplamente utilizado, mas que possui efeitos colaterais importantes como toxicidade sanguínea, náuseas, vômitos, queda de cabelo e sérios problemas cardíacos, que podem limitar a sua utilização. Muitas vezes, pacientes com boa resposta a terapia com doxorrubicina convencional têm que interromper o tratamento em virtude dos efeitos colaterais.
Câncer e Estudos
No Brasil, segundo dados de 2.003 do INCA (Instituto Nacional do Câncer), surgem anualmente 402 mil novos casos de câncer. O câncer de mama é um dos mais freqüentes, sendo que a população feminina tem 12% de chances de apresentá-lo em alguma fase da vida. Segundo o INCA, surgiram em 2.003, 41.610 novos casos de câncer de mama no Brasil. Para o câncer de ovário, estima-se a existência de 5 mil novos casos em 2003. As duas doenças atingem mulheres acima dos 45 anos, com forte incidência para a faixa dos 60 anos.
Vários estudos clínicos são favoráveis ao uso de Caelyx em câncer de mama metastático. Um estudo de O?Brien MERS e colegas, publicado este ano no ?Annals of Oncology?, foi conduzido em 68 centros distribuídos na Austrália, América Central, Europa, Israel, América do Norte, África do Sul e América do Sul, com 509 pacientes portadoras de câncer de mama metastático. O estudo avaliou os efeitos adversos e toxicidade e foi muito favorável ao uso de Caelyx, em comparação ao tratamento com doxorrubicina convencional.
Estudos com câncer de ovário também demonstraram melhora na sobrevida livre de progressão da doença. Em um grupo de pacientes que responderam positivamente a derivados da platina (tratamento de primeira escolha) – mas que tiveram recidiva -, o tratamento com Caelyx apresentou uma sobrevida 52% superior ao tratamento atualmente aprovado com topotecano, com risco de morte diminuído em 30%.
Caelyx apresenta-se como uma suspensão injetável, pronta para uso, em frasco ampola de 10 ml, contendo 20 mg de cloridrato de doxorrubicina lipossomal peguilado. Deve ser administrado por via intravenosa, com solução glicosada a 5%, uma vez por mês.