Matar o tumor de fome é o caminho para a cura

O câncer colorretal, um tumor maligno que atinge geralmente o intestino grosso, começa com um pequeno pólipo que vai crescendo dentro do cólon ou do reto. Apesar do Brasil não constar na lista dos países com maior prevalência desse tipo de câncer, a sua incidência vem aumentando progressivamente nos últimos anos, principalmente nos estados do Sul. No Paraná, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCa), a moléstia é a quarta em incidência entre os homens, atrás dos cânceres de pulmão, estômago e próstata; e a quinta entre as mulheres, sendo precedido pelos tumores de mama, pulmão, estômago e útero.

O câncer colorretal pode ser considerado uma ?doença ambiental?, isto é, uma doença influenciada por práticas culturais, sociais e de estilo de vida. Evidências epidemiológicas mostram uma relação positiva entre o câncer colorretal e a ingestão de gordura e carne. Ninguém é imune a ele. ?De qualquer forma, ele pode ser curado, se detectado no início?, afirma o médico oncologista do Hospital Sírio Libanês, Paulo Hoff. O câncer colorretal pode ser diagnosticado por meio de testes regulares, como a colonoscopia, exame que permite ao médico olhar por dentro de todo o intestino, identificando tecidos inflamados, crescimentos anormais, úlceras, sangramentos e espasmos musculares.

A boa notícia é que chegou ao Brasil um medicamento considerado pelos médicos como um marco na terapia do câncer colorretal: o Avastin (bevacizumabe), da Roche, produto da biotecnologia, que atua no tratamento do câncer colorretal avançado. O medicamento já está em uso nos Estados Unidos e Europa e sua ação visa inibir o crescimento de vasos sanguíneos que fornecem nutrientes e oxigênio ao tumor. ?Essa interferência faz com que cesse o fornecimento de sangue, essencial para o crescimento e propagação do câncer, ?matando de fome? o tumor?, explica Paulo Hoff, um dos principais pesquisadores do Departamento de Oncologia da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Esperança de cura

Para o especialista, a chegada desse medicamento traz esperança para milhares de pacientes. ?Há anos, pesquisadores defendem a tese da anti-angiogênese (a inibição do crescimento dos vasos sangüíneos), mas na prática, essa é a primeira vez que um tratamento consegue provar os resultados desta ação, trazendo novas alternativas aos pacientes?, constata. O uso do medicamento pode ser associado a outras formas de tratamentos, como a quimioterapia e a radioterapia.

O medicamento permitiu que os pacientes vivessem, em média, cinco meses a mais. Para o médico, uma extensão na sobrevida mediana significa que alguns pacientes apresentam ganho bem superior. ?Hoje não é raro que pacientes vivam por mais de dois anos com a doença, com muito mais qualidade de vida?, comemora, salientando que estudos clínicos realizados em diversos países mostram que o bevacizumabe também gera benefícios para tratamentos dos dois tipos mais comuns de câncer – pulmão e mama.

PRINCIPAIS SINTOMAS

* Mudanças de hábito intestinal (diarréia ou prisão de ventre).

* Presença de sangue nas fezes.

* Vontade freqüente de ir ao banheiro, com sensação de evacuação incompleta.

* Sangramento anal.

* Dor ou desconforto abdominal (gases e/ou cólicas).

* Perda de peso sem razão aparente.

* Cansaço, fraqueza, anemia.

"Nosso jornalista participou do lançamento do medicamento a convite do laboratório."

OLHO: O câncer colorretal desenvolve-se na parede do intestino, e abrange tumores que atingem o intestino grosso e o reto.

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