Marcador genético antecipa diagnóstico de câncer

São Paulo – Quando foi anunciado o seqüenciamento do genoma humano, em 1990, cresceu a expectativa que a medicina passasse por uma revolução e surgissem tratamentos personalizados baseados no DNA. Em 15 anos, percebeu-se que os efeitos reais da pesquisa básica seriam mais modestos. Só agora a medicina começa a incorporar alguns produtos derivados do Projeto Genoma Humano. Um deles é o de marcadores genéticos, termo que engloba métodos da genômica para realizar diagnósticos e prognósticos e dirigir tratamentos.

Um dos campos que mais têm se aproveitado da técnica é a oncologia. Quando comparado ao tecido normal, o doente apresenta alterações em determinados genes, diz o pesquisador Luiz Fernando Lima Reis, do Instituto Ludwig de Pesquisa do Câncer. ?Tais genes podem ter relação direta com a doença, mas também podem ser uma conseqüência?. Apesar de a hereditariedade responder por 5% a 10% dos casos de câncer, hoje um especialista, até no Brasil, olha o DNA em busca dessas mutações. Os campeões são os genes BRCA-1 e BRCA-2, localizados nos cromossomos 17 e 13, respectivamente. Normalmente, eles ajudam a conter o crescimento celular, mas, quando defeituosos, aumentam em até 80% o risco de tumor na mama e no ovário. Outro gene bem popular é o Mlh, no cromossomo 3. Ele ajuda a reparar o DNA e sua falta pode levar ao câncer de cólon.

Segundo Ricardo Brentani, presidente do Instituto Ludwig e do Hospital do Câncer, em São Paulo, saber a diferença entre o que é um estado biológico normal e o que é alterado ajuda a responder a perguntas de interesse clínico. ?À medida que se conseguir padronizar a informação, as respostas começarão a aparecer.? Bancos dos tumores, com informações sobre os pacientes, são essenciais para fornecer a matéria-prima da pesquisa, assim como o investimento em tecnologia e especialização.

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