As mãos estão envolvidas na maioria das atividades desempenhadas pelo ser humano, sendo um de seus principais instrumentos de trabalho.
Perdê-la significa a interrupção de sua força profissional em uma faixa etária produtiva, além de um enorme trauma psicológico e físico, sem contar perdas econômicas para empresas, governos e trabalhadores. Apesar de sua importância para a realização da maioria das atividades, as mãos estão entre os membros do corpo humano mais sujeitos aos acidentes.
Segundo dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, 30% dos mais de 500 mil acidentes de trabalho, ocorridos em 2008, atingiram mãos, dedos e punhos.
Pensando nisso, a Associação Brasileira de Cirurgia da Mão (ABCM) lançou a Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes e Traumas da Mão, já que muitos desses acidentes poderiam ser evitados com investimentos em máquinas mais modernas, com dispositivos de segurança, capacitação dos trabalhadores e processos de produção mais adequados.
Para o médico Flávio Faloppa, da ABCM, a qualidade do primeiro atendimento é de extrema importância, pois é dele que depende toda a evolução caso. “Um socorro mal conduzido gera sequelas graves e, muitas vezes, incapacidade funcional”, adverte o especialista.
Além do trauma físico, outro problema a ser pensado é o custo desse tipo de acidente. No entender do dirigente, é importante ressaltar que a maior incidência dos acidentes e traumas da mão atingem a população economicamente ativa e o afastamento dessas pessoas de suas respectivas atividades, provoca um sério impacto econômico-social.
Custos elevados
Na maioria dos casos, os custos com acidentes englobam o atendimento médico e tratamento, indenização do acidentado, horas perdidas no trabalho, substituição do funcionário.
Tudo isso gera prejuízo tanto para o governo, quanto para a empresa, mas principalmente para o trabalhador acidentado, que terá seu ganho diminuído durante a recuperação e, em casos de acidentes mais graves, carregará as seqüelas para o resto de suas vidas.
As estatísticas oficiais brasileiras ainda são limitadas, mas como explica o médico Luiz Carlos Angelini, também da ABCM, um acidente desse tipo pode onerar ainda mai o tratamento. “Pacientes que ficam traumatizados custam caro, em alguns casos, somando todos os gastos, o custo fica até três vezes maior”, adverte.
Para que esses problemas tenham uma melhor solução, médicos criaram a especialidade de Cirurgia da Mão, em que os profissionais têm, além de conhecimento profundo de anatomia, fisiologia e fisiopatologia, um aprimoramento da técnica cirúrgica.
O objetivo dos especialistas nesse tipo de traumatismo é recuperar a mão acidentada mais rapidamente, deixando o membro em plenas condições para que essas pessoas voltem às suas atividades.