A grande maioria dos acidentes domésticos poderia ser evitada com um pouco de atenção e cuidados simples, mas quando eles acontecem, algumas atitudes imediatas podem impedir complicações e, até mesmo, salvar vidas.
Os primeiros socorros, procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, podem ser realizados antes da chegada das equipes de socorro, por pessoas que estão próximas da vítima no momento do acidente e que tenham conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento da ação.
De acordo com o Dr. Heitor Lagos, clínico geral da Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais, é fundamental saber que, em situações de emergência, as pessoas devem manter a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um atendimento médico profissional.
“Os primeiros socorros são ações que visam a manutenção dos sinais vitais e evitam o agravamento dos casos. Por serem iniciados no local do acidente é extremamente importante saber o que deve ser feito antes de levar a vítima a um hospital ou antes que o atendimento especializado chegue no local”.
Segundo o especialista, os acidentes domésticos mais comuns são as queimaduras; fraturas e lesões; ferimetos causados, na maioria das vezes, por cortes; choques elétricos; intoxicações, causadas por produtos nocivos ao organismo, como drogas, gases, ervas venenosas, produtos químicos e, até mesmo, alimentos.
“Nestes casos, quando existe algum dano agudo à saúde, provocado por diferentes situações, devem ser realizados os primeiros socorros. Inicialmente, devemos chamar o atendimento profissional e enquato o socorro não chega é necessário analisar o estado de consciência da vítima (chamando-a pelo nome), verificar se ela está respirando e se está com a circulação compromentida (por meio da pulsação)”, explica Lagos.
Queimaduras
Lave o local com água em abundância e não use nenhum produto sem a indicação de profissionais especializados. Na sequência cubra a queimadura com um pano bem limpo e umedecido. Nunca fure as bolhas e evite tocar a área queimada.
Ferimentos
Limpe o ferimento com água corrente ou soro fisiológico e faça uma compressão com gaze ou pano limpo para reduzir sangramento. Na sequência aplique um curativo com mercúrio cromo ou iodo. Não tente retirar farpas, vidros ou partículas de metal do ferimento.
Intoxicações
Não provoque vômito se a vítima tiver ingerido: soda cáustica; derivados de petróleo, como querosene, gasolina, líquido de isqueiro e removedores; ácidos; água de cal; amônia; alvejantes de uso doméstico; tira-ferrugem; e desodorante de banheiro. Não deixe o indivíduo ingerir álcool, azeite ou óleo e evite que ele ande.
Nos casos de fraturas, definidas como fechadas, quando o osso quebrou e a pele não foi perfurada; e expostas, quando o osso está quebrado e a pele rompida; os primeiros socorros impedem o deslocamento das partes comprometidas, evitando maiores danos.
“Deve-se desconfiar de fratura sempre que a parte suspeita não possua aparência ou função normal ou quando haja dor no local atingido, incapacidade de movimentar o membro, posição anormal do mesmo ou, ainda, sensação de atrito no local suspeito”.
Como agir nos casos de fraturas
Coloque o membro acidentado em posição tão natural quanto possível, sem desconforto para a vítima. Imobilize a fratura, movimentando o menos possível. Aplique talas que irão sustentar o membro atingido. As talas deverão ter comprimento suficiente para ultrapassar as juntas acima e abaixo da fratura. Qualquer material rígido pode ser utilizado.
Use panos ou outro material macio para acolchoar as talas, a fim de evitar danos à pele. As talas devem ser amarradas com ataduras, ou tiras de pano não muito apertadas em no mínimo quatro pontos: abaixo da junta, abaixo da fratura acima da junta, acima da fratura.
Paradas cardíacas
Menos frequentes do que os acidentes domésticos, as paradas cardíacas, responsáveis por, aproximadamente, 160 mil mortes por ano no Brasil, são casos identificados pela ausência de pulso, dos batimentos cardíacos e extrema palidez, e que devem ser tratados, também, de maneira instantânea.
Além das causas naturais, este tipo de trauma pode ser gerado por diversas outras causas, como, por exemplo, choques elétricos, afogamento, quedas, esforço físico acentuado, pressão alta e arritmias.
Para o Dr. Heitor Lagos, clínico geral da Paraná Clínicas, nos casos em que encontramos o quadro de parada cardíaca se torna impossível a espera pelo atendimento especializado e os primeiros socorros se tornam ainda mais importantes.
“O primeiro passo para socorrer a vítima é a realização da massagem cardíaca externa. Inicialmente, a vítima deve ser colocada de costas em uma superfície plana e dura.
As mãos da pessoa que está realizando os primeiros socorros devem sobrepor a metade inferior do esterno (osso localizado na parte anterior do tórax). Os dedos ficam abertos sem tocar o tórax. A partir daí, deve-se pressionar com vigor (média de 60 compressões por minuto), abaixando o esterno e comprimindo e descomprimindo o coração na direção da coluna vertebral”.
Além disso, o especialista explica que em jovens e em crianças a pressão deve ser feita, respectivamente, com apenas uma das mãos e com os dedos. “Essa medida evita fraturas ósseas no esterno e costelas. Se houver parada respiratória juntamente com a cardíaca ambas devem ser realizadas, reciprocamente”, finaliza.