Mal de Parkinson: A doença dos movimentos involuntários

Lentidão de movimentos, rigidez muscular, tremores, alterações no equilíbrio e dificuldades para exercer as atividades diárias são os principais sintomas do mal de Parkinson. A doença ocorre quando certos neurônios morrem ou perdem a capacidade de atuar no controle dos movimentos do corpo. O principal sintoma é o tremor, que tende a limitar a capacidade funcional dos portadores da doença. Estima-se que existam cerca de 200 mil casos da doença no Brasil. A maior parte está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, responsáveis por um total estimado de 64 mil casos.

“O mal de Parkinson, em sua fase mais avançada, leva os pacientes à incapacidade para as funções da vida diária. Eles precisam de acompanhamento freqüente, pois apresentam dificuldades de caminhar, se equilibrar, engolir, escrever e até falar”, ressalta a coordenadora de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Neidil Espínola da Costa. O diagnóstico da doença é inteiramente clínico. Para fazê-lo, o médico se orienta pelos sinais e pelos sintomas neurológicos que o paciente apresenta.

Reação adversa

Segundo o neurologista Ehrenfried Othmar Wittig, as causas do distúrbio ainda são desconhecidas. O distúrbio vem de uma degeneração das células cerebrais provocada por uma deficiência de dopamina, um neurotransmissor químico que tem a função de regular a atividade motora. “Acredita-se que fatores genéticos e ambientais, ou outras doenças degenerativas possam ser alguns de seus causadores”, observa o médico.

Nem sempre sinais como tremor e perda do equilíbrio significam a presença da doença, que atinge principalmente a população acima dos 50 anos de idade. Ao senti-los, muitas pessoas acreditam que são portadoras da doença, mas podem estar enganadas. O uso de alguns medicamentos, especialmente por idosos, também causa esse tipo de reação adversa. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 25% dos pacientes que apresentam os sinais de Parkinson não têm a doença. Esse é mais um motivo para que a população acima de 50 anos ? grupo mais atingido pelo mal de Parkinson ? não use remédios sem orientação médica.

Melhora dos sintomas

Wittig explica que um dos principais problemas relacionados ao mal de Parkinson é que não existem formas de prevenção da doença. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento é possível fazer com que seu desenvolvimento seja mais lento. Os medicamentos necessários aos pacientes são oferecidos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

O uso dos medicamentos devidamente receitados por um médico permite a melhora inicial dos sintomas do mal de Parkinson, mas não proporciona a cura da doença. “É preciso que os pacientes tenham consciência de que o mal de Parkinson não tem cura. Trata-se de uma doença crônica que evolui ao longo da vida”, ressalta o especialista. Exercícios de fisioterapia, acompanhamento fonoaudiológico e, principalmente, apoio da família são essenciais para retardar o desenvolvimento da doença. Assim, consegue-se amenizar os sintomas e proporcionar aos pacientes qualidade de vida por mais tempo.

 

Legenda/foto:

Os remédios usados no tratamento do mal de Parkinson são distribuídos na rede pública de saúde. Foto: Joana Paula Siqueira.

ALGUNS CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES DO MAL DE PARKINSON

 

Para os portadores da doença

  • Manter um programa de caminhadas e exercícios físicos.
  • Fazer massagens e fisioterapia regularmente.
  • Usar sapatos macios com solados de borracha.
  • Triturar e mastigar bem os alimentos.
  • Beber líquidos em pequenos goles.
  • Utilizar andador, quando necessário.
  • Não utilizar escadas ou bancos para alcançar objetos.
  • Parar e sentar durante a caminhada, caso apresente tonturas.
  • Preferir roupas e sapatos com fechos de velcro.
  • Ao se levantar da cama, sentar-se primeiro.
  • Para quem convive com eles

    • Não ingerir bebidas alcoólicas.
    • Manter as áreas de circulação livres de obstáculos.
    • Instalar iluminação para circulação noturna.
    • Eliminar divisórias de vidro.
    • Manter o piso do banheiro com tapetes de borracha antiderrapante.
    • Usar copos descartáveis.
    • Instalar corrimãos nas escadas.

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