Cerca de 30% das tatuagens só são possíveis de ser revertidas por meio de procedimento cirúrgico.

Por uns ela é considerada um modismo, por outros serve como afirmação de uma personalidade rebelde. O certo é que a tatuagem se firmou como uma marca do nosso tempo. Entre os jovens, muitas vezes é considerado um acessório de moda. De um modo ou de outro, toda tatuagem tem seu preço. A pessoa se expõe aos riscos de contaminação por bactérias ou vírus que podem levar a doenças como hepatite, aids e sífilis, entre outras. Conforme o cirurgião plástico Lecy Marcondes Cabral, para evitar problemas, alguns cuidados devem ser adotados por quem deseja marcar seu corpo com uma tatuagem.

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Procurar um profissional competente, usar material descartável e esterilizado, pigmentos confiáveis (que não provoquem alergia) estão entre os mínimos cuidados que devem ser observados. Cabral alerta que, se a pessoa sofrer de bronquite, rinite ou sinusite, não deve fazer a tatuagem, pois existe uma chance muito grande de desenvolver algum tipo de dermatite. Também podem surgir reações alérgicas ocasionadas pela presença de corpos estranhos que penetram na pele durante o ato de tatuar ou pelo próprio pigmento introduzido.

Recentemente, a Prefeitura de Porto Seguro, na Bahia, cidade turística onde a tatuagem é muito disseminada e realizada por tatuadores ambulantes, proibiu a prática nas ruas, após constatar que, nos últimos seis meses, cerca de 60 pessoas buscaram atendimento em postos de saúde, reclamando de irritações ou manchas na pele. ?Mesmo que a tatuagem seja bem feita, com assepsia e cuidado, é comum ocorrer a contaminação bacteriana, conhecida por foliculite?, realça o especialista.

Arrependimento

Os mesmos cuidados devem ser mantidos para um procedimento conhecido entre as mulheres como maquiagem permanente. Esta é feita especialmente nos olhos ou nos lábios, locais que necessitam ainda de maiores cuidados porque as chances de reversão são menores do que em outros tipos de tatuagens. Para não correr riscos desnecessários, existem alguns atrativos opcionais já disponíveis no mercado, as tatuagens não definitivas, como as de hena, que estão na moda e podem ser facilmente removidas.

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Os dados não são comprovados, mas especula-se que, em média, depois de três a cinco anos, as pessoas tendem a querer remover a tatuagem da pele. Para isso, não existe ainda tratamento totalmente eficaz.

Os métodos para retirar tatuagens mais comuns em medicina estética, conforme Lecy Cabral, são os de dermoabrasão ou laser. Entretanto, a resposta depende da cor dos pigmentos da tatuagem e do processo utilizado para fazê-la. Nas pessoas de pele clara, se a tatuagem for feita em uma cor só, especialmente preta, é possível removê-la com mais sucesso. ?Entretanto, seqüelas sempre existirão, entre elas, as manchas hipocrômicas ou hipercrômicas, cicatrizes hipertróficas ou queloidianas?, esclarece Cabral, acrescentando que, nos casos de tatuagens coloridas, a dificuldade da remoção por laser é ainda maior.

HISTÓRIA DA TATUAGEM

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Até hoje ninguém sabe ao certo qual foi o local exato onde a primeira tatuagem foi feita. A sua história é tão antiga quanto a própria história da humanidade. Os primeiros relatos sobre esse tipo de manifestação se deram na Polinésia, no começo do século XVIII. Os desenhos eram feitos na pele por uma tribo nativa da região, os maoris.

Outros casos tão antigos quanto o da Polinésia também podem ser destacados, como a tatuagem no Egito, a arte dos incas, e também no Japão, país no qual, até hoje, em algumas situações, representa níveis hierárquicos. Ou seja, os desenhos corporais são hábitos tão antigos que diversos estudos comprovam que desde a época das cavernas a técnica da tattoo já era utilizada. A finalidade para a qual a tatuagem era feita pelos povos antigos não tem uma única explicação, já que existem provas da ligação dos desenhos com religiosidade, documentos históricos ou simbolismos para a guerra.