Mães com depressão influenciam os filhos

Um estudo científico mostrou que as mães deprimidas que procuram tratamento e melhoram, favorecem grandemente para que seus filhos evitem ter alguma desordem mental também. Porém, se a mãe continua deprimida, seus filhos correm um risco grande de ter algum distúrbio emocional.

Myrna Weissman, professora de psiquiatria e epidemiologia da Universidade de Columbia e do Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova Iorque, explica que “enquanto a depressão pode ser uma desordem genética, ela tem um forte componente ambiental. E, para uma criança, a doença dos pais é um efeito ambiental muito forte.” Você pode reduzir esta influência de maneira que pode resultar num efeito benéfico para a criança.

Se uma mãe está doente, isto irá causar um impacto em toda a família. O estudo mostrou que os sintomas das crianças diminuíram em um espaço de tempo rápido. É preciso ser agressivo a respeito de reconhecer, diagnosticar e tratar a depressão, e ser consciente sobre o impacto que causa na família.

Estudos já haviam mostrado que crianças, filhos de pais deprimidos têm duas a três vezes mais alto risco de ter este problema de saúde comparadas com filhos de pais que não têm depressão. Os resultados deste estudo foram publicado em março deste ano no Journal of the American Medical Association (Revista da Associação Médica Americana) e  envolveu 151 mães e seus filhos vindos de 8 clínicas de cuidados básicos de saúde e de 11 ambulatórios psiquiátricos.

As crianças tinham entre 7 e 17 anos e mais do que um terço participou do estudo com desordens psiquiátricas. As mães foram tratadas com antidepressivos enquanto que os filhos foram simultaneamente avaliados com relação às desordens mentais que apresentavam.

Os pesquisadores notaram que os filhos de mães cuja depressão não melhorou tiveram cerca de 8% de aumento no diagnóstico dos problemas mentais. Entre as crianças que tinham algum diagnóstico de doença psiquiátrica no início do estudo, 33% ficaram curados cujas mães também ficaram curadas da depressão. Comparou-se isto com os 12% que melhoraram ainda que as mães não melhoraram. Todas as crianças que não tinham nenhum problema mental e que tiveram suas mães recuperadas da depressão, permaneceram sem problemas. Também foi observado que 17% das crianças cujas mães permaneceram deprimidas, continuaram com seu diagnóstico psiquiátrico durante o tempo da pesquisa.

A Dra. Weissman acredita que resultados semelhantes podem ser obtidos com pais. Eles enfocaram as mães, porque a depressão afeta mais as mulheres do que homens e porque as mulheres são mais abertas e dispostas a aceitarem tratamento.

Importante lembrar que as crianças conseguem mudanças mais rápidas que adultos em circunstâncias variadas da vida. Elas são definitivamente mais flexíveis do que adultos. Este estudo reforçou a informação de como o ambiente afetivo exerce forte influência sobre o surgimento de enfermidades mentais, e em especial, da depressão.