Com mais de 35 anos dedicando-se aos estudos do coração e mais de 70 mil pacientes, o cardiologista Elias Knobel, diretor emérito e fundador do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein, conhece a fundo as atitudes e sentimentos que afetam este órgão vital.

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No livro “Coração é Emoção” (Ed. Atheneu), Knobel reúne uma equipe multidisciplinar especialista no tema para explicar por que e como as emoções, tanto positivas como negativas, influenciam o coração, órgão que desde a Antiguidade é conhecido por “abrigar” estes sentimentos.

Na obra, cardiologistas, psicólogos, psiquiatras, fisiatras, enfermeiros, nutricionistas e biólogos mostram como nosso corpo reage à tristeza, medo, angústia, ansiedade, luto e até ao amor e à felicidade. “A ansiedade, o rancor, a alegria e o amor vêm acompanhados de sintomas, que podem culminar em situações mais graves, como o comprometimento clínico do coração”, diz Knobel. Também é possível saber mais sobre a relação entre os estilos de vida e hábitos, exercícios físicos, atividade sexual e doenças do coração.

Elias Knobel é ainda autor de 17 publicações sobre Terapia Intensiva e editor do livro Condutas do Paciente Grave, um best seller no âmbito da medicina intensiva no Brasil. Medidas para proteger a saúde do coração

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Mais calma – O colesterol alto, que causa a hipertensão e obstrui as artérias do coração, é um dos efeitos do excesso de estresse. A ansiedade aumenta a liberação de cortisol no organismo, hormônio que faz crescer a concentração de glicose no sangue, desencadeando problemas como diabetes, altos níveis de triglicérides e descontrole de colesterol.

Um pouco menos doce – Um estudo publicado no Journal of American Medical Association sugere que, assim como uma dieta rica em gordura pode aumentar os níveis de triglicerídeos e colesterol, a ingestão de açúcar também pode afetar as taxas de lipídios. Para a realização do estudo, foram analisados os níveis de lipídios no sangue em mais de seis mil homens e mulheres adultos. Os pesquisadores descobriram que pessoas que consumiam mais açúcar tinham maior propensão de ter uma doença cardiovascular.

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Mais verde – Um importante estudo científico divulgado no periódico americano Circulation demonstrou que o consumo de proteínas de origem vegetal está associado à redução da pressão arterial, ao mesmo tempo em que confirmou estudos anteriores de que o consumo total de proteínas não aumenta os níveis de pressão sanguínea. O ácido glutâmico, principal aminoácido encontrado nas proteínas vegetais, é um dos micronutrientes que ajudam a controlar a pressão arterial.

Música do coração – Um estudo realizado pela Universidade de Maryland, nos EUA, com 10 participantes que não tinham nenhuma doença aparente constatou que quando eles ouviam por 30 minutos suas músicas preferidas ocorria a dilatação dos vasos sanguíneos. Esse gesto se equipara a reação de uma gargalhada, ao fazer atividades físicas ou quando tomavam medicações para o sangue. O diretor da cardiologia da instituição, Michael Miller, explica que ocorreu um aumento de 26% no diâmetro dos vasos, enquanto ao ouvirem uma música que não agradava ocorria uma redução de 6%.