O diagnóstico de linfoma pode provocar uma resposta emocional profunda aos pacientes, membros de sua família e amigos.

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Negação, depressão, desespero e medo são reações comuns. O não entendimento do que está acontecendo, o desconhecido, o que acontecerá a seguir, são temas que os pacientes devem discutir a fundo e frequentemente com médicos e familiares.

Apesar de estar entre os cinco tipos mais comuns de câncer, o linfoma ainda é desconhecido por boa parte da população. De acordo com dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), apenas 12% dos brasileiros conhecem a doença.

Entretanto, a doença precisa ser levada a sério. Sua incidência, praticamente, dobrou nos últimos 35 anos. Nomes, como o da apresentadora Hebe Camargo e da presidenciável Dilma Rousseff, estão na lista dos que já foram vítimas da doença.

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“A informação é essencial para que o paciente consiga detectar os sintomas e buscar o tratamento, aumentando suas chances de cura”, observa a hematologista do Frischmann Aisengart, Marcela Regina Araújo.

É um tipo de câncer que tem origem na transformação dos linfócitos, células responsáveis pela defesa do organismo, importantes para o combate a infecções. Uma alteração nessas células faz com que elas cresçam de modo descontrolado e se multipliquem de maneira errada. Com isso, há um acúmulo de linfócitos nos linfonodos (gânglios do sistema linfático), que ganham tamanho.

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20 subcategorias

Seus principais sintomas, de acordo com a hematologista, são os inchaços indolores (ínguas) no pescoço, nas axilas ou na virilha, além de febre, suor intenso, cansaço, dor abdominal, perda de peso, pele áspera e coceira.

Conforme a especialista, a maioria dos casos da doença ocorre em pessoas sem fatores de risco identificáveis, o que impossibilita a prevenção. De acordo com Marcela Araújo o linfoma possui mais de 20 subcategorias.

De modo geral, elas podem ser enquadradas em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin e os Não-Hodgkin. Segundo dados do Instituto de Câncer (Inca), em 2009, cerca de 2.800 pacientes foram diagnosticados com linfoma de Hodgkin, que atinge com maior frequência pessoas de 25 a 30 anos de idade, enquanto o linfoma não-Hodgkin, mais comum na infância, atingiu mais de 9 mil pessoas naquele ano.

Diante da suspeita de linfoma, o paciente deve procurar um hematologista. Após examinar a presença de gânglios inchados por meio de palpação, o especialista solicita alguns exames laboratoriais, tais como hemograma, DHL e exames de imagem.

Vida plena

Com os resultados dos primeiros exames em mãos, quando necessário, o médico solicita uma biópsia, o único método seguro para identificar a presença do linfoma.

O processo envolve uma pequena intervenção cirúrgica, geralmente sob anestesia local, em que o gânglio aumentado é removido para ser examinado ao microscópio.

Apesar da gravidade da doença, os hematologistas apresentam boas novidades a quem sofre com linfoma. Segundo a especialista, a expectativa de vida dos pacientes varia de acordo com o tipo de linfoma, mas os novos tratamentos têm entusiasmado profissionais da área.

“Um diagnóstico de linfoma é motivo de preocupação, mas não de desespero, pois eles linfomas têm tratamento e uma proporção considerável dos pacientes fica curada da doença”, reconhece a médica, salientando que, outros pacientes, mesmo sem uma cura definitiva, vivem uma vida plena durante muitos anos.

Medicamentos específicos

Há várias modalidades de tratamento. “Os linfomas estão entre os tipos de câncer que melhor respondem ao tratamento com quimioterapia ou radioterapia”, assegura o oncologista Bernardo Garicochea.

Nos casos mais graves, pode ser necessário o transplante de medula óssea. Existem hoje em dia múltiplas formas de tratamento de linfomas, que se baseiam essencialmente no uso de medicamentos em regra conhecidos por quimioterapia, associados ou não a radioterapia e mais modernamente,, medicamentos específicos de células tumorais, entre eles, os anticorpos monoclonais.

Ao contrário do que é ainda observado com frequência pela população, muitos linfomas podem ser curados ou controlados de forma eficaz, proporcionando sobrevida cada vez maior.

Falta de informação

* 66% desconhecem o linfoma
* Dos 34% que já ouviram falar, 89% desconhecem seus sintomas
* 67% acreditam que a leucemia é mais frequente do que os linfomas
* 45% dos que já ouviram desconhecem suas características
* 56% não souberam dizer se linfoma tem tratamento
* 35% não saberiam qual especialista procurar para o diagnóstico correto

Fonte: Datafolha/2008

Principais sinais

Ao identificar alguns desses sinais, é importante que se procure orientação médica para o correto diagnóstico do linfoma

* Aumento progressivo e indolor do abdome e dos gânglios
* Febre persistente sem evidência de infecção
* Suor noturno abundante
* Perda de peso relevante
* Coceiras pelo corpo
* Cansaço sem motivo aparente

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A palavra linfoma vem do grego: linfa – do tecido linfático e oma – tumor – qualquer aumento de volume dos tecidos, provocado por uma multiplicação anormal das células.